Sabias - disse-me ela fazendo-me a punheta -
que muito valentão entala a costeleta
e que entre os nossos reis, valorosos guerreiros,
muitos houve que foram famosos paneleiros
que entre duras batalhas e esforçados trabalhos
recheavam o cu com túrgidos caralhos.
Sabias por acaso que o primeiro Pedro, o Cru,
mais que a foder gozou indo levar no cu?
E que o primeiro Afonso que à mãe não perdoava
se deixava montar por Fernão Peres de Trava?
E quantos, ah! ó quantos grandes deste país
fizeram do cu vaso para meter a raiz?
Cuidado! gritei eu afagando-lhe o lombo -
faz isso com mais calma que os colhões não são bombo.
Desculpa - disse-me ela. - Depois continuou
revelando-me a rir que o seu próprio avô
que morrera com fama de grande putanheiro
passara toda a vida a levar no traseiro.
E a Igreja? - gritou - Do padre ao cardeal
toda ela se entregou à banana fatal
e a esse mesmo fruto que faz de um cu vulcão
se entrega toda a cáfila que governa a nação :
ministros, secretários e directores-gerais
todos abrigam pichas nos albergues anais...
E safou-se Salazar de ser também rabicho
porque nesse momento gritei e vim-me em esguicho.
Fernando Correia Pina
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