quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Segunda carta ao Pai Natal (trovas do vento que passa...)

Carta ao Pai Natal - Manuel Alegre


Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si… Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta. Um imponente cagalhão.

Assinado: Manuel Alegre


(o plágio é do mesmo, homenagem ao anónimo)

2 comentários:

  1. ahahahha
    e eu que digo que **poesia é uma das formas possíveis de "escrever" a vida...** :)

    Bom... "Trovas do vento que passa"... fui transportada à voz do saudoso Adriano Correia de Oliveira.

    "Cantar aqueles que partiram... É DAR FORÇA Á LIBERDADE!..."

    Sousinha, a PONTE é mesmo a passagen para a outra margem...

    Começo a entender o título do teu blog.

    beijos (bem merecidos)

    Assina: leitora recente, mas, assídua.

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  2. Peço desculpa a "omaia" por não ter observado bem.

    Beijos

    Ass: leitora recente, mas, assidua

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