Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

terça-feira, 19 de setembro de 2006

com algum plágio descarado

Era um fim de tarde, na foz do douro, perto da paragem do eléctrico, dois homens seguiam lado a lado. Eram eles Cristo e Maomé.
Conversavam;

- tens passe?
- passe para quê? Faz-se um milagre e …zaz!
- ora porra , se isto é para descambar em milagres…..até eu…
- tenho, pá, é só esperar pelo próximo.
- e falta muito?
- tens pressa? Isso resolve-se!
- já te disse: milagres não

Enquanto esperavam, e é esta a única vantagem de ser narrador: pode-se fazer a introdução, conclusão e mesmo inclusão que se quer, meditavam entre si.


- Tas contente com a merda que fizeste?
- Nem por isso, mas não fui eu foram estes filhos da puta que…
- Porra, vens outra vez com a história da Madalena…
- Vai-te foder que os teus….
- Ora foda-se não são piores que os teus.
- Aí tens razão.
- Também demos pérolas a porcos.
- E saiu-nos cada um…
- Pois.
- Ora foda-se!
- E refoda-se!
- Puta que os pariu.
- E o caralho que os foda !

Entretanto, e por obra e graça do narrador, apareceu ao longe o eléctrico destinado aos turistas mas que para os dois personagens parecia um meio de transporte capaz.


Os dois amigos lançaram o passo, largamente. E um, que arrojara o charuto, ia dizendo na aragem fina e fria que lhes cortava a face:
- Que raiva ter esquecido o paiosinho! Enfim, acabou-se. Ao menos assentamos a teoria definitiva da existência. Com efeito, não vale a pena fazer um esforço, correr com ânsia para coisa alguma...
O outro, ao lado, ajuntava, ofegante, atirando as pernas magras:
- Nem para o amor, nem para a gloria, nem para o dinheiro, nem para o poder...
A lanterna vermelha do eléctrico, ao longe, no escuro, parara. E foi num e no outro uma esperança, outro esforço:
- Ainda o apanhamos!
- Ainda o apanhamos!
De novo a lanterna deslizou, e fugiu. Então, para apanhar o eléctrico, os dois amigos romperam a correr desesperadamente pela rampa ……….., sob a primeira claridade do luar que subia.

Sem comentários: