De facto há funcionários públicos a mais. Sabe a CGTP, a UGT, o funcionário público, o utente, a associação empresarial e aquelas pessoas a quem os telejornais apelidam de populares.
Como é sabido que não há almoços de borla – e quem diz almoços diz jantares, idas às putas, Mercedes ou mesmo ordenados – alguém tem de pagar a conta dos excedentes da função pública.
O difícil é concatenar almoços de borla e funcionários públicos a mais.
O Sousita explica-se:
No plano teórico se fosse possível privatizar tudo o que é possível privatizar a eficiência é claro que subia. Não vale a pena argumentarmos que não. Se fosse possível privatizar, por exemplo a justiça, (como já o foram os notários) a justiça seria célere, mais barata, se calhar mais justa e claro que feita com muito menos gente, muito mais bem paga, mas muito mais eficiente.
Teoricamente ganhávamos todos.
O problema das grandes teorias sociais é que teoricamente funcionam perfeitamente mas na prática são uma merda. Veja-se o comunismo que parece teoricamente inatacável. Seria a sociedade perfeita. Só tinha um defeito: não funcionava.
As teorias de menos estado melhor estado parecem-me um comunismo revisitado. A geração que nos anos sessenta pugnou pela revolução socialista já! E pelo fim do estado como instrumento de repressão de classe, depois de passar uma fase muito yuppie vira-se, mais ou menos com o mesmo tipo de argumentos, contra o monstro público, o excesso de despesa do estado e a função pública. Redescobre a mão invisível e o estado guarda-nocturno.
Vamos imaginar o que seria um Portugal com 200 000 funcionários públicos a menos.
Do ponto de vista de eficiência da máquina pública acho que ninguém tem duvidas: a coisa ia funcionar bastante melhor. Se em vez de 200.000 tirássemos 400.000 penso que a eficiência ainda aumentava.
O chato é não haver almoços, nem outras coisas, de borla.
Num período de grande crescimento económico, e estamos a falar de taxas de crescimento de dois dígitos, a coisa não era grave.
O aumento das receitas do estado e o forte crescimento do sector privado resolviam o problema.
Agora com o crescimento que temos podemos dizer sem grande dúvida que cada funcionário público que é excluído só pode seguir dois caminhos: o desemprego ou a reforma.
Mandá-los para a reforma resolve o problema estatisticamente mas não resolve o problema dos almoços mesmo grátis.
Colocar mais duzentos mil portugas no desemprego ia de certeza causar o caos social.
A não ser que alguém descubra cupões para duzentos mil almoços, jantares, pequenos-almoços e lanches grátis.
1 comentário:
Então o melhor é não fazer nada e deixar que os funcionários públicos, ou fp, nos continuem a tratar mal com greves e coisas que tal... Ora foda-se, Sousita, pensava que fosses mais inteligente.
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