NICO:
Deixei, faz tempo, a punheta,
que há muito não tinha trégua
e me amiguei com uma égua
bragada, lerda e maceta
com um rasgão na buceta
que media mais de légua. . .
O MAGRO:
Tudo depende de gosto
neste mundão sem fronteira.
Quanta china tafuleira,
saiúda e de boa anca
- segredo que não se explica -
não tem o gosto da crica
de um recavém de potranca!
Quanta vez, quando piazote,
só pra vé o fundo da toca
socava meia mandioca
na racha desta bragada,
e ali no maís, sem delonga,
socava também a chonga
prá não perder a bolada.
CHIMANGO:
Lá no fundo do potreiro,
contra um angico caído,
é assim que tenho fodido
quase até que diariamente,
e às vezes fico temente
que dessa fodologia
me surja lá um belo dia
um potrilho meio gente. . .
O MAGRO:
Tem aìnda um outro jeito,
les digo sincero e franco
- procuro um meio barranco
e encosto a égua de ré.
E empurro a piça - segura! -
mais enristada e mais dura
do que a lança de Sepé!
CHIMANGO:
Até na beira da estrada
eu já fodi, me bombeando,
e quanta vez, acabando,
já sentindo a comichão
num último estremeção
qualquer fungo de cachorro
me viu com cara de sorro
saltar de chonga na mão!
MANDUCA:
Abandonei a bragada
pois todo o pago sabia,
do cambicho o povo ria
e a bragada se gabava. . .
Cola erguida, relinchando,
vinha ao trote, me chamando,
quando "lejos" me avistava. . .
Mas de todas essas éguas
que ergui na ponta da piça,
foi a tordilha petiça
que maior gozo me deu.
Pois a diaba se deitava
e relinchando acabava
no mesmo sonho que eu
Ney Gastal
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