Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ora isto visto de fora.

O governo fez o que não podia deixar de fazer. Reduziu os ordenados na função pública e aumentou o IVA para 23 %.

Penso que é redutora a ladainha que os funcionários públicos são uns malandros e não fazem puto.

Há-de tudo como na farmácia.

A verdade é que na sua maioria até ganham pouco e seria péssimo para a estabilidade do país proceder ao despedimento nesta altura do campeonato.

Parece-me relativamente justo até porque é a única despesa que o estado pode credivelmente cortar.

O Iva a 23 % é que se calhar não é tão boa ideia. A fuga ao IVA vai aumentar e vai mesmo valer a pena fazer as compras em Espanha. Sempre são 5% de diferença. Para quem vive em Lisboa não justifica mas para quem vive no Porto ou mais perto de Espanha vai compensar dar um passeio e fazer as compras em Espanha.

A esquerda (B.E.)reclama que os bancos é que deveriam pagar e não os trabalhadores. São dum lirismo tocante. Gostava de ver como é que se cobrava. Ficava tudo no plano das intenções e não se cobrava um tusto.

A CGTP ameaça com uma greve geral.
Pode ser uma boa ideia para reduzir o défice e aumentar a moral

O estado não paga o dia de trabalho à função pública - que devem ser os únicos a fazer greve -
e os grevistas e manifestantes ficam com a convicção que vão mudar alguma coisa.

O PCP continua a digerir os 500.000 despedimentos em Cuba.

O Passos Coelho já só vai para o quarto com o Sócrates com testemunhas. Se não fossem tão excelsas pessoas pareceria pouca vergonha.

Vai aprovar o orçamento abstendo-se. Vai também rosnar baixinho que se fossemos nós a coisa era diferente ... mas o subido interesse nacional... e o que é costume dizer-se em casos que tais.

Alegre dá graças à Senhora de Fátima por não ser presidente e nem sabe bem o que vai dizer.

Cavaco perdeu a cabeça : - chegou a casa, abraçou a Maria, abriu um sumo de tomate e disse:
- Este pagteta alegre nem aos quingze pog cento chega!



segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ora isto visto de fora.

Já vimos e sabemos todos que a principal despesa do estado é o pagamento de ordenados à função publica.
 
Podemos continuar a discutir até à metafisica mas a solução, que todos conhecemos, é diminuir os ordenados à função pública.
 
Muito mais justo que reduzir os quadros até porque iriam usufruir do subsidio de desemprego.
 
E iamos lançar milhares de pessoas no desemprego que nunca mais iam conseguir voltar a trabalhar.
 
Vá lá, entendam-se, reduzam os os ordenados na função pública em 20 % !
 
É pouco mais que retirar o 12º mês e o subsidio de férias.
 
Esta tralha entrava nos eixos e até nem se despedia mais ninguém.
 
A solução é essa, sabemos todos, falta é saber quando se vai fazer.

Pequenos mistérios da vida

Ele há coisas que vale mais não tentar perceber.
 
Sabiam que os saca rolhas são dificeis de comprar em Angola?
 
 

Dois grandes cozinheiros

 

Feijoada

Como é bom de ver nestas coisas - feijoada - é do mais elementar bom senso manter a janela aberta.

Feijoada.

Antes da preparação duma grande feijoada.

Talatona à noite

 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A arma de destriução massiva dos mosquiros.

Não me quero gabar mas já matei para cima dum ror deles. E os que escaparam nunca mais tem filhos.
 
Electrocuta as bichezas que é um gosto vê-las.
 
 

Talatona à noite

Assim fica mais bonito.
 
E sem grande iluminação eléctrica, estando o céu limpo, veem-se imensas estrelas
 

Noite em Talatona

Como se vê a economia de luz não é uma prioridade. Eu explico. A electricidade é produzida por geradores assim é um bocado indiferente o consumo porque eles tem de estar a trabalhar sempre.

sábado, 18 de setembro de 2010

Mesa bicuda

 
 
Fô dire quelle été belle.

Numa mistura de francês e crioulo

Que nisto, de misturas e belezas,

Como nas línguas coloniais e nativas deve ter-se cuidado.


Cuba e o desemprego.

Estou danado com o irmão Castro.

Uma boa amiga minha não foi despedida mas a sua filha sim.

Justo ou injusto ?

Sei lá.

O PCP e a CGTP apoiam estes despedimentos ?

O método , despedimento em grupo de funcionários públicos - é de louvar ? rejeitar (xissa são comunistas) ou ?




Uma excepção: fala-se de futebol.

A federação portuguesa de Portugal, há falta de guita ou vontade e sem treinador implora a um portuga que trabalha no estrangeiro que falte aos seus compromissos para vir dar uma treinadela à equipa portuguesa.

Se eu fosse uma pessoa educada não os mandaria levar onde levam as galinhas.

No Porto, ou Puarto, diz-se :

- És burro ou comes merda às colherzinhas?

Claro que isto é gente ordinária e que apresenta poupanças maiores que 100 mil euros e por isso não podem receber o subsidio de desemprego para o qual pagaram mas isso não interessa nada.

Segundo o Passos Coelho a saúde deve ser paga.

Se o meliante ganha mais que a média, Marx dixit, deverá pagar do seu bolso a saúde.

Cunhal, lá no assento etéreo, deverá aplaudir.

Tenho pena é que o o B.E. e o PCP não venham a terreiro defender isto.

Eu sei que o PSD é o verdadeiro partido comunista e os outros são grupelhos comprados pelo capitalismo.

Iston parece-me uma boa ideia.

Quem mais ganha mais impostos paga. So far so good.

Depois o meliante tem uma doença.

Aí o estado diz que foi burro por ter poupanças....

- Ai tens ?

- Então pagas os cuidados de saúde!

Se tivesses gasto a guita - diz o estado - a gente não te pedia nada. Agora tu ( e aí o estado faz cara feia) não o gastaste !

Juntaste. Foste probo! e, pior que isso, cumpriste a lei!

Quem te pode perdoar ?

Maldito sejas!

Penso eu que é um bom sinal do estado. Muita gente insiste na honestidade e no trabalho, coisa que o estado abomina.

E bem !

O sinal que deve ser dado é gastar a guita, nada de juntar dinheiro, e -principalmente . não trabalhar.

É que senão vem aí o estado e saca-o todo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Hoje foi feriado em Angola

No dia do herói nacional um poema de Agostinho Neto:

QUITANDEIRA

A quitanda.
Muito sol
e a quitandeira à sombra
da mulemba.

- Laranja, minha senhora,
laranjinha boa!

A luz brinca na cidade
o seu quente jogo
de claros e escuros
e a vida brinca
em corações aflitos
o jogo da cabra-cega.

A quitandeira
que vende fruta
vende-se.

- Minha senhora
laranja, laranjinha boa!

Compra laranja doces
compra-me também o amargo
desta tortura
da vida sem vida.

Compra-me a infância do espírito
este botão de rosa
que não abriu
princípio impelido ainda para um início.

Laranja, minha senhora!

Esgotaram-se os sorrisos
com que chorava
eu já não choro.

E aí vão as minhas esperanças
como foi o sangue dos meus filhos
amassado no pó das estradas
enterrado nas roças
e o meu suor
embebido nos fios de algodão
que me cobrem.

Como o esforço foi oferecido
à segurança das máquinas
à beleza das ruas asfaltadas
de prédios de vários andares
à comodidade de senhores ricos
à alegria dispersa por cidades
e eu
me fui confundindo
com os próprios problemas da existência.

Aí vão as laranjas
como eu me ofereci ao álcool
para me anestesiar
e me entreguei às religiões
para me insensibilizar
e me atordoei para viver.

Tudo tenho dado.

Até mesmo a minha dor
e a poesia dos meus seios nus
entreguei-as aos poetas.

Agora vendo-me eu própria.
- Compra laranjas
minha senhora!
Leva-me para as quitandas da Vida
o meu preço é único:
- sangue.

Talvez vendendo-me
eu me possua.

- Compra laranjas!

Agostinho Neto

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ora isto visto de fora...

Na leitura da sentença da casa Pia há uma coisa que me mete aflição:

Aquilo de ler um ror de paginas de sentença parece-me de facto uma grande estucha. E até um bocado inútil.

Recorre-se é do que está escrito.

Não havia lá ninguém copiasse aquilo para um cd?

São coisas destas que me fazem gases.


domingo, 5 de setembro de 2010

Formação profissional.

Conversa entre o segurança e o HR.

- Então é assim: se alguém se apresentar aqui e quiser entrar o que fazes ?

- Pede identificação.

- Muito bem! E se não tiver ?

- Manda embora e não deixa entrar.

- Muito bem e se a pessoa insistir ?

- Telefona para ti.

- Muito bem. E se não conseguires falar comigo ?

- ....

- Como fazes ?

- Deixo entrar.




Uma situação surrealista.

Hoje aconteceu-me uma daquelas situações que no Porto se definem como do carago!

Ia eu numa rua quando vejo um grupo de pessoas. Nisto uma mulher, rapariga jovem aí de 18-20 anos, vem direita ao meu carro. Parei para não a atropelar e ela sobe-me pelo capot e dai para o tejadilho. O carro é um Tucson bastante alto. Aí percebi que era uma discussão doméstica porque o marido ou namorado apareceu a persegui-la. Ele andava às voltas do carro e ela no tejadilho.

Eu não podia arrancar porque o mais provável era ela esborrachar-se no chão. Sem tirar os olhos do perseguidor mantive o carro imóvel. Um olho no burro e outro no cigano porque nunca se sabe quando nestas coisas o gajo tem uma arma e ainda levamos um tiro por estarmos no local errado à hora errada. Ele andava às voltas do carro e ela às voltas no tejadilho.

Certificado que o melro não tinha arma, que o carro tinha as portas trancadas e que estava ligado pensei, filosoficamente, que nada mais podia fazer que esperar que a senhora me lixasse o teto do carro.

Acendi um cigarro.

Uns minutos depois tive a brilhante idéia de acelerar o motor às seis mil rotações. Antes disso, prudentemente, puz a caixa em manual, desliguei as ajudas e liguei a tracção às 4.

O Thesis que me perdoe mas os 6 cilindros - a gasolina, do Hyundai - às 6 mil rotações produzem um som de respeito.

A senhora desceu, pelo lado contrário ao do perseguidor, e fugiu.

Nem queiram saber a aceleração do Hyundai com tal estimulo. Continuando a pedir desculpa ao Thesis, isto não é adultério mesmo, pirei-me dali o mais depressa que pude.

Por mais inacreditável que pareça o carro nem ficou amassado.

Para quem já se está a rir:

Não, não e não !

Juro que não fiquei com as cuecas castanhas.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Moçambique et al

Ora se num país rico, como são os da Europa, uma crise económica ou um bocado de inflação mesmo acompanhada de algum desemprego são chatas mas não um drama, num país de terceiro mundo – ou em vias de desenvolvimento, que me parece eufemismo mais politicamente correcto – qualquer pequeno incidente nestes sectores é o desastre.

Quando se encerra um fábrica em Portugal e se lançam famílias no desemprego, mesmo sendo o maior empregador da aldeia, sem querer minimizar o drama, a verdade é que as pessoas não ficam privadas de educação, serviços de saúde, iluminação pública, serviços de correios, água potável, segurança nas ruas (esta mais ou menos) , roupa e comida.

Ora a lista que eu fiz e que inclui água potável, correio e electricidade não é inocente.

São bens reservados a elites em África.

Imaginem senhores o que pode fazer uma população que está privada de tudo, ou quase tudo, o que eu disse quando há um aumento de preço dos bens e serviços.

Não se trata de perder alguma qualidade de vida mas de perder a vida.

Bem tão supérfluo neste continente!

É que se em Portugal um aumento da taxa euribor ou do molete (ai que esta foi tão à Puarto) acarretam dificuldades aqui um aumento seja do que for pode ser a diferença entre a vida e a morte. Num continente cheio de crianças que morrem de fome ou de sida e ficam inválidas por poliomielite.

E que bonitos e bonitas que são.

Acabo com Brel a pensar nos meninos e meninas de África.

Fils de bourgeois ou fils d'apôtre
Tous les enfants sont comme les vôtres
Fils de césar ou fils de rien
Tous les enfants sont comme le tien
Le même sourire les mêmes larmes
Les mêmes alarmes les mêmes soupirs
Fils de césar ou fils de rien
Tous les enfants sont comme le tien