Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

sábado, 30 de setembro de 2006

Será possível depois de tal jantar se possa fazer uma reunião de Tupperware como deve ser?
Aquilo meteu polvo à lagareiro, bife à pimenta e papas de sarrabulho.
Esperemos que não haja indigestões.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

O sousita, com algum arrependimento de sábado passado, mais falso que verdadeiro, propõe-se continuar este sábado a sua missão. Terá sucesso?
Talvez sim….
Viva o 12 !
O Criador, grande de grandes, senhor de senhores, omnipresente, omnisciente, todo poderoso disse:
Cambada de anormais e borrachões. Mais borrachões que anormais. Não vos disse eu, várias vezes, para não tocarem em nada, e eu disse nada, fermentado?
Ora foda-se, e refoda-se e catrafoda-se…não aprenderam nada….Que farei ?
O Criador, grande de grandes, senhor de senhores, omnipresente, omnisciente, todo poderoso disse:
Cambada de anormais e borrachões. Mais borrachões que anormais. Não vos disse eu, várias vezes, para não tocarem em nada, e eu disse que o nada era fermentado ?
Ora foda-se, e refoda-se e catrafoda-se…não aprenderam nada….
Que farei ?

Maomé e Cristo encontram Marx

Era na praia do Ourigo. O sol caía no lusco-fusco…ora porra estamos românticos!

Cristo e Maomé bebiam uns copos.

- olha o comuna!
-quem ?
- o marx.
- o groucho ?
-não…. O outro…
-o bolchevique…
-chama o gajo
-ele não vem!
-ó coisinho.
-lá tas tu como a Berta.
- comuna
- bolchevique.
- foda-se
. pronto. Entornaste a cerveja.


- Olha lá, ó coisinho, vem tomar um copo com a gente. A malta até curte bolcheviques
- vai-te foder que na minha época não havia bolcheviques
- nem na minha
- igual
- mas eram mais puros….

-não que tu…
-pois…
-e repois…eram o ópio do povo….

-há que tempos….
- bons tempos
-cabrões.

-Houve lá; cabrão és tu.
-e tu!
-quem ?
--ele, foda-se!
-o que escreveram e disseram de mim!
- e de mim!
- e então de mim!

-cambada de cabrões!
-e filhas da puta!
- amem!

- mais súrbia ?

-bute

- para mim um gin
Realmente não fui à secção doze.

No entanto, e valha-nos Deus, e um burro aos coices…que valia a pena.

No entanto, dada a natureza deste blog, nada de relevante se passou, ou poderia passar.

Esperemos para a semana.

Como faremos o relato soft ?

Rsrsrsrsrsr !

domingo, 24 de setembro de 2006

Fantasias

Era redondo o vocábulo, numa soma agreste.

A reunião do Tupperware deu em torre dos clérigos, fornecida -é certa - por um vago conhecido do Algarve. Em espanhol , fora ele ela, dir-se-ia, todos contra uma.

A torre lá se aguentou, mesmo com as obras públicas, o cartaz que as cobria e a a dita exposição.

O resto era como de costume. Cozinha cheia, sala cheia. Vamos ver o que se passa no departamento 12

sábado, 23 de setembro de 2006

Maomé e Cristo encontram Buda.

Era na foz do Douro. Tarde quente de Verão. Os dois amigos caminham na avenida do Brasil.

- Olha que ele é!
- quem?
- o china town.
- o coisinho?
- foda-se! Pareces a Berta.
- É. É!

-oh coisinho! Anda cá, somos nós!
- Ainda tenho nome, que eu saiba.
-vá lá, não te abespinhes é brincadeira.
-não fosse a minha serenidade e mandava-vos aos dois foder.
-tomamos um copo?
-vai p´ró caralho sabes bem que eu não posso.
-tomamos nós e ele paga.
- bute !

- oh pá tu estavas era a precisar duma lipo.
- não que tu…lá o Cristo está sempre magrito.
- eu cuido-me.
- vocês tem a sorte é das vossas religiões terem uma entidade superior eu sou sozinho.
- nós até somos três.
- pois!
- e não fazes milagres ?
-só os interiores porque…
- foda-se ganda seca que aí vem…pareces o Dr. Marcos.
- ámen
-cambada de ignorantes.
- queres ver o armagedon ?
-foda-se que este já está com a rosca. Da última vez deu em dilúvio.
-pede a conta e vamos embora.
-tens guita?
-….
-pronta já está. Nem foi um milagre por aí além.
-escusavas era de transformar o empregado em pedra.
-ora, apeteceu-me. E ninguém vai dar pela diferença.
De facto há funcionários públicos a mais. Sabe a CGTP, a UGT, o funcionário público, o utente, a associação empresarial e aquelas pessoas a quem os telejornais apelidam de populares.

Como é sabido que não há almoços de borla – e quem diz almoços diz jantares, idas às putas, Mercedes ou mesmo ordenados – alguém tem de pagar a conta dos excedentes da função pública.

O difícil é concatenar almoços de borla e funcionários públicos a mais.

O Sousita explica-se:

No plano teórico se fosse possível privatizar tudo o que é possível privatizar a eficiência é claro que subia. Não vale a pena argumentarmos que não. Se fosse possível privatizar, por exemplo a justiça, (como já o foram os notários) a justiça seria célere, mais barata, se calhar mais justa e claro que feita com muito menos gente, muito mais bem paga, mas muito mais eficiente.

Teoricamente ganhávamos todos.

O problema das grandes teorias sociais é que teoricamente funcionam perfeitamente mas na prática são uma merda. Veja-se o comunismo que parece teoricamente inatacável. Seria a sociedade perfeita. Só tinha um defeito: não funcionava.

As teorias de menos estado melhor estado parecem-me um comunismo revisitado. A geração que nos anos sessenta pugnou pela revolução socialista já! E pelo fim do estado como instrumento de repressão de classe, depois de passar uma fase muito yuppie vira-se, mais ou menos com o mesmo tipo de argumentos, contra o monstro público, o excesso de despesa do estado e a função pública. Redescobre a mão invisível e o estado guarda-nocturno.

Vamos imaginar o que seria um Portugal com 200 000 funcionários públicos a menos.
Do ponto de vista de eficiência da máquina pública acho que ninguém tem duvidas: a coisa ia funcionar bastante melhor. Se em vez de 200.000 tirássemos 400.000 penso que a eficiência ainda aumentava.

O chato é não haver almoços, nem outras coisas, de borla.

Num período de grande crescimento económico, e estamos a falar de taxas de crescimento de dois dígitos, a coisa não era grave.
O aumento das receitas do estado e o forte crescimento do sector privado resolviam o problema.

Agora com o crescimento que temos podemos dizer sem grande dúvida que cada funcionário público que é excluído só pode seguir dois caminhos: o desemprego ou a reforma.

Mandá-los para a reforma resolve o problema estatisticamente mas não resolve o problema dos almoços mesmo grátis.

Colocar mais duzentos mil portugas no desemprego ia de certeza causar o caos social.

A não ser que alguém descubra cupões para duzentos mil almoços, jantares, pequenos-almoços e lanches grátis.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

E, no entanto, sem se mover há aqui beleza.

Isto não é nem pode ser a tradução do Corão. O Corão só é válido em árabe clássico, cujo, não domino.

É, no entanto belo.

E já que agora, porque não conhecer a base do Islamismo. È parte da surata da vaca. Um pilar do Ilamismo



Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.
1. Alef, Lam, Mim
(São letras do alfabeto árabe. Deus iniciou com elas esta surata, para assinalar o mistério do Alcorão Sagrado, formado de letras idênticas àquelas com que os árabes formam os seus vocábulos, salientando com isso a incapacidade deles em produzir algo semelhante ao Alcorão. São também designativas de sinal de atenção, para que se ouça a recitação dos versículos.)

2. Eis o livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus;
3. Que crêem no incognoscível, observam a oração e gastam daquilo com que os agraciamos;
4. Que crêem no que te foi revelado (ó Mohammad), no que foi revelado antes de ti e estão persuadidos da outra vida.
5. Estes possuem a orientação do seu Senhor e estes serão os bem-aventurados.
6. Quanto aos incrédulos, tento se lhes dá que os admoestes ou não os admoestes; não crerão.
7. Deus selou os seus corações e os seus ouvidos; seus olhos estão velados e sofrerão um severo castigo.
8. Entre os humanos há os que dizem: Cremos em Deus e no Dia do Juízo Final. Contudo, não são fiéis(6).
9. Pretendem enganar Deus e os fiéis, quando só enganam a si mesmos, sem se aperceberem disso.
10. Em seus corações há morbidez, e Deus os aumentou em morbidez, e sofrerão um castigo doloroso por suas mentiras.
11. Se lhes é dito: Não causeis corrupção na terra, afirmaram: Ao contrário, somos conciliadores.
12. Acaso, não são eles os corruptores? Mas não o sentem.
13. Se lhes é dito: Crede, como crêem os demais humanos, dizem: Temos de crer como crêem os néscios? Em verdade, eles sãos os néscios, porém não o sabem.
14. Em quando se deparam com os fiéis, asseveram: Cremos. Porém, quando a sós com os seus sedutores, dizem: Nós estamos convosco; apenas zombamos deles.
15. Mas Deus escarnecerá deles e os abandonará, vacilantes, em suas transgressões.
16. São os que trocaram a orientação pelo extravio; mas tal troca não lhes trouxe proveito, nem foram iluminados.
17. Parecem-se com aqueles que fez arder um fogo; mas, quando este iluminou tudo que o rodeava, Deus extinguiu-lhes a luz, deixando-os sem ver, nas trevas.
18. São surdos, mudos, cegos e não se retraem (do erro).
19. Ou como (aquele que, surpreendidos por) nuvens do céu, carregadas de chuva, causando trevas, trovões e relâmpagos, tapam os seus ouvidos com os dedos, devido aos estrondos, por temor à morte; mas Deus está inteirado dos incrédulos.
20. Pouco falta para que o relâmpago lhes ofusque a vista. Todas as vezes que brilha, andam à mercê do seu fulgor e, quando some, nas trevas se detêm e, se Deus quisesse, privá-los-ia da audição e da visão, porque é Onipotente.
21. Ó humanos, adorai o vosso Senhor, Que vos criou, bem como aos vossos antepassados, quiçá assim tornar-vos-íeis virtuosos(
22. Ele fez-vos da terra um leito, e do céu um teto, e envia do céu a água, com a qual faz brotar os frutos para o vosso sustento. Não atribuais rivais a Deus, conscientemente.
23. E se tendes dúvidas a respeito do que revelamos ao Nosso servo (Mohammad), componde uma surata semelhante à dele (o Alcorão), e apresentai as vossas testemunhas, independentemente de Deus, se estiverdes certos.
24. Porém, se não o dizerdes – e certamente não podereis fazê-lo – temei, então, o fogo infernal cujo combustível serão os idólatras e os ídolos; fogo que está preparado para os incrédulos.
25. Anuncia (ó Mohammad) os fiéis que praticam o bem que obterão jardins, abaixo dos quais correm os rios. Toda vez que forem agraciados com os seus frutos, dirão: Eis aqui o que nos fora concedido antes! Porém, só o será na aparência. Ali terão companheiros imaculados e ali morarão eternamente.
26. Deus não Se furta em exemplificar com um insignificante mosquito ou com algo maior ou menor do que ele. E os fiéis sabem que esta é a verdade emanada de seu Senhor. Quanto aos incrédulos, asseveram: Que quererá significar Deus com tal exemplo? Com isso desvia muitos e encaminha muitos outros. Mas, com isso, só desvia os depravados.
27. Que violam o pacto com Deus, depois de o terem concluído; separam o que Deus tem ordenado manter unido e fazem corrupção na terra. Estes serão desventurados.
28. Como ousais negar a Deus, uma vez que éreis inertes e Ele vos deu a vida, depois vos fará morrer, depois vos ressuscitará e então retornais a Ele?
29. Ele foi Quem vos criou tudo quando existe na terra; então, dirigiu Sua vontade até o firmamento do qual fez, ordenadamente, sete céus, porque é Onisciente.
30. (Recorda-te ó Profeta) de quando teu Senhor disse aos anjos: Vou instituir um legatário na terra! Perguntaram-Lhe: Estabelecerás nela quem alí fará corrupção, derramando sangue, enquanto nós celebramos Teus louvores, glorificando-Te? Disse (o Senhor): Eu sei o que vós ignorais.
31. Ele ensinou a Adão todos os nomes e depois apresentou-os aos anjos e lhes falou: Nomeai-os para Mim e estiverdes certos

continuação da conversa entre Cristo e Maomé

- mas o facto é que mudamos o mundo!
-vai contar essa aos chineses ou aos indianos.
- esses gajos não contam.
- pois ! mas são para aí metade do maralhal.
- se isto vai lá por estatísticas….
- também tens razão. Poucos mas bons.
- e mártires!
- ora vai-te foder com essa.
- os nossos também eram.
- há que tempos… e era preciso mata-los!
- ora porra, não havia explosivos. Houvessem bombas na época que…
- pois, e se a minha avó tivesse rodas era um camião…
- tá bem…
- mas sempre fizemos algo de bom.
- pois…
- e nos também
- pois, o mundo sem mim era bem pior.
- e sem mim
- pois…
-pois…
-ora porra estas a negar o meu papel ?
- não! Nem tu o meu.
- pois…
- pois.
- o mundo era um local muito mais perigoso sem a minha mensagem
- e sem a minha.
-claro
-claro
- tens lume ?
-não.
-bom fazemos o milagre…
-ok
Claro que se tivesse sobrevivido era o diabo…mas enfim…lá vai…


Aprendimos a quererte
desde la histórica altura
donde el sol de tu bravura
le puso un cerco a la muerte.

Aquí se queda la clara,
la entrañable transparencia,
de tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Tu mano gloriosa y fuerte
sobre la historia dispara
cuando todo Santa Clara
se despierta para verte.

Aquí se queda la clara,
la entrañable transparencia,
de tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Vienes quemando la brisa
con soles de primavera
para plantar la bandera
con la luz de tu sonrisa.

Aquí se queda la clara,
la entrañable transparencia,
de tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Tu amor revolucionario
te conduce a nueva empresa
donde esperan la firmeza
de tu brazo libertario.

Aquí se queda la clara,
la entrañable transparencia,
de tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Seguiremos adelante
como junto a ti seguimos
y con Fidel te decimos:
hasta siempre Comandante.

Aquí se queda la clara,
la entrañable transparencia,
de tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Carlos Puebla(1965)

Contra ti se ergue a prudência dos inteligentes e o arrojo dos patetas
A indecisão dos complicados e o primarismo
Daqueles que confundem revolução com desforra.

De poster em poster a tua imagem paira na sociedade de consumo
Como o Cristo em sangue paira no alheamento ordenado das igrejas

Porém
Em frente do teu rosto
Medita o adolescente à noite no seu quarto
Quando procura emergir de um mundo que apodrece.

Sophia de Mello Breyner Andresen

continuação da conversa entre Cristo e Maomé

-aquela merda das torres não lembra ao outro…
- a quem ?
-ao outro ?
- ao…?
-sim…esse. ?
-mas não fomos nós.
-ora vai-te foder!
-a sério!
-ora batatas….!
-foram os extremistas…
-ai foda-se….! Agora a inquisição ou os gajos que se ligaram ao nazismo, ao fascismo ou as ditaduras da América latina eram extremistas….
- tu o dizes…!
- vai p´ró caralho que esse paleio comigo não pega.
- juro-te que os gajos não eram dos nossos. Estão no inferno.
- nem os nosso, porra, a gente é selectiva.
- mas lá com a fama…
- e vocês ? foda-se!
- agora a malta é mais selectiva e fode-os a todos. Paraíso para ninguém que tenha crimes de guerra às costas depois de 1965. 1972 no Vietnam e 1992 no Chile. São as únicas excepções.
- a malta também tenta mas é complicado….aqui não há opinião publica.
- ainda bem para vocês, cá são fodidos e contestam tudo.
- já não há respeito por nada.
- põe tudo em causa.
-foda-se!
-olha o fiscal !
- mostra o bilhete!
- ……
- Foda-se! É milagres por tudo e por nada. Desta vez está bem !
Outro excerto da conversa entre Cristo e Maomé, já no eléctrico.

- Vai-te foder mais a guerra santa.
- Não que o teu Saladino...
- Ele foi provocado.
- Pois, o Afonso Henriques também!
- Não perceberam puto!
- Também com os escribas que tinhas!
- Os teus eram melhores!
- Uns filhas da puta!
- Sem ofensa para a mães deles que uma até eu conheci!
- Mas cá uns rotos!
- Olha o politicamente correcto!
- ?
- Agora são gays.
- Quem ?
- Os paneleiros.
- Ah, ok!

Mais suavissimo milagre

— Oh filho e como queres que te deixe, e me meta aos caminhos à procura do rabi da Quinta da Marinha? O presidente da Câmara é rico e tem acessores, e debalde buscaram Jesus, por areais e colinas, desde o Tavares Rico até ao Elefante Branco. O presidente da Câmara é forte e tem acessores, e debalde correram por Jesus, desde a zona da Expo até Cascais! Como queres que te deixe! Jesus anda por muito longe e a nossa dor mora connosco, dentro destas paredes, e dentro delas nos prende. E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suspiram, a que descesse através das cidades até este ermo, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre enxerga tão rota?
A criança, com duas longas lágrimas na face magrinha, murmurou: — Oh mãe! Jesus ama todos os pequenos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal tão pesado, e que tanto queria sarar!
E a mãe, em soluços: — Oh meu filho, como te posso deixar? Longas são as estradas fora do bairro, e curta a piedade dos homens. Tão rota, tão trôpega, sem autorização de residência, tão triste, até os cães me ladrariam da porta dos casais. Ninguém atenderia o meu recado, e me apontaria a morada do doce rabi. Oh filho! Talvez Jesus morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O Céu o trouxe, o Céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes.
De entre os negros trapos, erguendo as suas pobres mãozinhas que tremiam, a criança murmurou:
— Mãe, eu queria ver Jesus... E logo, abrindo devagar a porta e sorrindo, Jesus disse à criança: — Aqui estou.
O suavíssimo milagre
Nesse tempo Jesus ainda se não afastara de Massamá e das doces, luminosas margens do rio Tejo — mas a nova dos seus milagres penetrara já até Almada, cidade rica, de centros comercias e hipermercados fortes, entre auto-estradas e Ikeas, no país da CDU.
Uma tarde um homem de olhos ardentes e deslumbrados passou no fresco vale, e anunciou que um novo profeta, um rabi formoso, percorria os campos e as aldeias da cidade, predizendo a chegada do Reino de Deus, curando todos os males humanos. E, enquanto descansava, sentado à beira do Mc Donalds, contou ainda que esse rabi, na estrada de Sintra, sarara da sida o GNR., só com estender sobre ele a sombra das suas mãos; e que noutra manhã, atravessando num cacilheiro para a Almada, onde começavam os saldos na Zara, ressuscitara a filha de Jairo, homem considerável e douto que comentava na TVI. E como em redor, assombrados, motoristas de táxi, vendedores, e os arrumadores de carros, lhe perguntassem se esse era, em verdade, o Messias da Judeia, e se diante dele refulgia a espada de fogo, e se o ladeavam, caminhando como as sombras de duas torres, as sombras de Gog e de Magog

com algum plágio descarado

Era um fim de tarde, na foz do douro, perto da paragem do eléctrico, dois homens seguiam lado a lado. Eram eles Cristo e Maomé.
Conversavam;

- tens passe?
- passe para quê? Faz-se um milagre e …zaz!
- ora porra , se isto é para descambar em milagres…..até eu…
- tenho, pá, é só esperar pelo próximo.
- e falta muito?
- tens pressa? Isso resolve-se!
- já te disse: milagres não

Enquanto esperavam, e é esta a única vantagem de ser narrador: pode-se fazer a introdução, conclusão e mesmo inclusão que se quer, meditavam entre si.


- Tas contente com a merda que fizeste?
- Nem por isso, mas não fui eu foram estes filhos da puta que…
- Porra, vens outra vez com a história da Madalena…
- Vai-te foder que os teus….
- Ora foda-se não são piores que os teus.
- Aí tens razão.
- Também demos pérolas a porcos.
- E saiu-nos cada um…
- Pois.
- Ora foda-se!
- E refoda-se!
- Puta que os pariu.
- E o caralho que os foda !

Entretanto, e por obra e graça do narrador, apareceu ao longe o eléctrico destinado aos turistas mas que para os dois personagens parecia um meio de transporte capaz.


Os dois amigos lançaram o passo, largamente. E um, que arrojara o charuto, ia dizendo na aragem fina e fria que lhes cortava a face:
- Que raiva ter esquecido o paiosinho! Enfim, acabou-se. Ao menos assentamos a teoria definitiva da existência. Com efeito, não vale a pena fazer um esforço, correr com ânsia para coisa alguma...
O outro, ao lado, ajuntava, ofegante, atirando as pernas magras:
- Nem para o amor, nem para a gloria, nem para o dinheiro, nem para o poder...
A lanterna vermelha do eléctrico, ao longe, no escuro, parara. E foi num e no outro uma esperança, outro esforço:
- Ainda o apanhamos!
- Ainda o apanhamos!
De novo a lanterna deslizou, e fugiu. Então, para apanhar o eléctrico, os dois amigos romperam a correr desesperadamente pela rampa ……….., sob a primeira claridade do luar que subia.
O nosso Papa ainda não está habituado a ser Papa. Como bom professor universitário não tem noção que o que o professor diz, que até pode ser inócuo, na voz de um Papa, pode ser o diabo, salvo seja a imagem.

Vem o bom do Ratzinger levantar fantasmas passados.

As nossas religiões, o islamismo e o cristianismo, basearam-se na fé – é certo – mas nas conversões mais ou menos forçadas.
O método tradicionalmente utilizado era a conversão voluntária, seguida da ameaça, da agressão física e, - se tal não chegasse – à eliminação física dos não crentes.

Foram métodos utilizados, com regulares bons resultados, e nunca contestados.

Entre o islamismo e o cristianismo podemos tentar descobrir quem fez mais massacres, limpezas étnicas, genocídios e afins. Pode ser um exercício interessante e criativo.

Se calhar, e dou isto de barato, uma das duas religiões poderá ter sido responsável por menos assassínios, por menos dez ou vinte genocídios, por muito menos crimes que a outra.
Se calhar poderá ser possível provar, duma forma cientifica e certa, que uma delas matou ou torturou – em nome da caridade e da fé verdadeira – muito menos gente que a outra.

Se calhar um dia poderemos afirmar com um grau absoluto de certeza, não contestado pela outra parte, que em nome de Cristo ou de Maomé foram violadas, assassinadas, torturadas, roubadas ou humilhadas menos ou mais pessoas que as da parte contrária.

Agora vir o bom do Papa falar do passado é que não lembra o diabo. O passado das duas religiões é no mínimo tétrico e digno dum filme de terror.

E não seria o mundo muito mais bonito e feliz se a herança de Maomé e Cristo se tivesse perdido?

Eu penso que sim.

E o bom Deus certamente pensará o mesmo.
Se calhar o aquecimento global é mesmo um problema. Se calhar não é.
Se não for tudo bem. O problema é se é mesmo um problema.
Os nossos amigos, e aliados americanos, estão a tratar o assunto como politica.
Para os republicanos é uma invenção dos democratas, para os democratas um problema sério e urgente.
Queira Deus que não seja sério e urgente como dizem os republicanos.
Até porque quando se mete politica – e duma forma primária porque nos estados unidos não se podem usar as dicotomias da Europa – e de direita e de esquerda, as mentalidades turvam-se.
Esperemos que na próxima campanha americana se fale de outras coisas e que a questão do aquecimento global se discuta onde é de discutir: nos meios científicos.

E que esta merda não esteja mesmo à beira dum grande desastre ambiental e se estiver que o Sousa da Ponte esteja a salvo dele.

Amen
Depois de ver umas reportagens na RTP sobre o 11 de Setembro….


DISCURSO AO PRÍNCIPE DE EPAMINONDAS,
MANCEBO DE GRANDE FUTURO


Despe-te de verdades
das grandes primeiro que das pequenas
das tuas antes que de quaisquer outras
abre uma cova e enterra-as
a teu lado
primeiro as que te impuseram eras ainda imberbe
e não possuías mácula senão a de um nome estranho
depois as que crescendo penosamente vestiste
a verdade do pão a verdade das lágrimas
pois não és flor nem luto nem acalanto nem estrêla
depois as que ganhaste com o teu sémen
onde a manhã ergue um espêlho vazio
e uma criança chora entre nuvens e abismos
depois as que hão-de pôr em cima do teu retrato
quando lhes forneceres a grande recordação
que todos esperam tanto porque a esperam de ti
Nada depois, só tu e o teu silêncio
e veias de coral rasgando-nos os pulsos
Então, meu senhor, poderemos passar
pela planície nua
o teu corpo com nuvens pelos ombros
as minhas mãos cheias de barbas brancas
Aí não haverá demora nem abrigo nem chegada
mas um quadrado de fogo sobre as nossas cabeças
e uma estrada de pedra até ao fim das luzes
e um silêncio de morte à nossa passagem

Mário Cesariny


luzes que se moviam entre as cabanas e as palmeiras da ilha, os candeeiros da cidade acesos, a insígnia do hotel a que faltavam letras cor-de-laranja e azul, pessoas que devido ao escuro não atentavam em mim, os meus colegas a telefonarem aos amigos Imagina a grande novidade, sabes a novidade, segura-te bem, não desmaies, adivinha com quem o Carlos, não, o outro, o cretino de Malanje namora, eu detestando a Lena que nem um filho me dá a levantar a mesa na Ajuda, a limpar o oleado com a esponja, a calçar as luvas de borracha de lavar os pratos
– Puseste-os na rua e agora queres os teus irmãos de volta se fosse a ti não esperava visitas logo à noite Carlos
não descansou enquanto não casei com ela e a livrei do Marçal, dos parentes aos tremeliques de paludismo na fuligem do quarto vestidos de negro como se continuassem no Minho, tropeçava-se em tigelas de barro, em santinhos com pavios de azeite aos pés, aos domingos os tios, suando nos capotes, capinavam cinco palmos de quintal na esperança de repolhos
namoras a mussequeira Carlos confessa que namoras a mussequeira não é nada mussequeira que mania tem o apartamento em obras
a Lena gorda e de cabelo pintado acabou de secar os pratos, empilhou-os no armário, tirou as luvas e saiu para a sala onde estava o pinheiro de Natal ainda sem vaso nem estrela de papel de prata nem bolas nem flocos








O comboio, meu amor, deslocou-se rumo ao Estoril e a Cascais (do sítio onde moramos lobrigo na distância vilas que seguram nos dedos albatrozes e paquetes) e o nosso andar da Quinta do Jacinto vibrou como se um remoinho de bielas o fendesse de golpe, sacudindo nas prateleiras os ursos de barro e os elefantes de vidro, os palhaços de pano e o Wagner cromado, e fazendo cair, da cómoda para o chão, a caixita esmaltada em que guardas os anéis, as pulseiras, e os brincos de prata fingida que te dou no Natal, se me sobeja algum dinheiro do subsídio do Estado. O comboio deslocou-se para o Estoril enquanto retiniam campainhas e ampolas se acendiam e apagavam, desarrumou os prédios de Alcântara e tu rodaste no teu sono, sem deixar de dormir, até te voltares para mim num gemido infantil.


A Ordem Natural das Coisas, Lobo Antunes Posted by Picasa

menos intimista

- Olá, Dona Dulce, disse eu a descer as escadas para a rua, ainda a pensar no bolo, cuspindo pedaços de pão-de-ló com a língua.
- Mijaram-me nos gerânios, senhor doutor, respondeu ela lamentosamente a erguer a orelha da lebre de uma folha defunta. Se o meu marido não estivesse com a asma corria-os do bairro a tiro. Ora chegue-se aqui e fareje-me só este amoníaco. Eu a criá-los com adubo e os camelos a urinarem-lhes em cima.


Auto dos Danados, Lobo Antunes

sábado, 16 de setembro de 2006

Degradação em Peniche

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O Sousita de volta à escola.


De volta à escola com o Senhor Professor, o Senhor Almirante e o Nosso Senhor.
O último a sair das salas de aula foi o Nosso. Posted by Picasa

Parece que em Peniche não ha tinta....

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Recordações do Estado Novo

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Recordações do Estado Novo

O Sousita esperava encontrar em Peniche algo mais sobre o Álvaro Cunhal.
Goste-se ou não merecia uma melhor homenagem na cadeia onde esteve preso.
A imagem foi tirada de uma exposição sobre o 25 de Abril.
Não se deveria poder visitar a cela de Cunhal?
Arranjar originais ou réplicas dos desenhos da cadeia, cartas, uns sapatos usados na fuga, uma fotografia do carro da fuga?
Apre!
Não haverá ninguém na autarquia ou no partido comunista que se lembre disso?
Se calhar se falassem com o Pacheco Pereira ele até arranjava algumas coisas.

E, já que agora, porque não darem uma pinturita ? Posted by Picasa

As ruínas do forte de Peniche

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Forte de Peniche

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A tua presença entra pelos sete buracos da minha cabeça

A tua presença

Pelos olhos, boca, narinas e orelhas

A tua presença

Paralisa meu momento em que tudo começa



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Forte de Peniche

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Mais lua sobre o céu de Lisboa

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Mais lua sobre Lisboa

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Linha férrea

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Prometo que é a ultima foto de gaivotas.

P sousa num filme do Hitchcock...


O Sousa a desafiar o destino

E não é que a putas vieram todas ?


Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar

Alexandre O'Neill

Pinheiros e um campo de golf.

Um ninho de melro



O melro, eu conheci-o:
Era negro, vibrante, luzidio,
Madrugador, jovial;
Logo de manhã cedo
Começava a soltar, dentre o arvoredo,

E de facto o melro, ou a melra, fizeram o ninho da varanda do Jorge.

Lá criaram as suas crias e deixaram o ninho...


Narcisimo


O sousita de noite. Mais um ataque de narcisimo agudo.

A Serra de Sintra e o Sousa da Ponte.


O Sousita com um aatque de narcisimo militante desata a "postar" fotos dele....

O Sousita visto por ele

A Serra de Sintra vista da Fonte da Telha

sábado, 9 de setembro de 2006


Lasers, nas discotecas da zona industrial, na cidade do Porto.
Era de noite.

Um terraço do sousita

Tem nevoeiro e bilhas como fundo. Não a bilha do Sousa, graças a Deus. Bilhas de gás.

Chamines da Rar

Textos clássicos sobre o Reyno dos Algarves

Reflexões sobre o Algarve

«Da terra dos Algarves, que lhe fora
Em casamento dada, grande parte
Recupera co braço, e deita fora
O Mouro, mal querido já de Marte.
Este de todo fez livre e senhora
Lusitânia, com força e bélica arte,
E acabou de oprimir a nação forte,
Na terra que aos de Luso coube em sorte.

OS LUSÍADAS
Luís de Camões


— Desembucha!E Gonçalo desabafou, com estrondo: — Pois uma maroteira imensa, homem! O Noronha, o pobre Noronha, perseguido, espezinhado, expulso! Com a família... Para o inferno, para o Algarve!- O Noronha pagador?
— O Noronha pagador. Foi o infeliz pagador que pagou!E, regaladamente, desenrolou a história lamentável. O Sr. André Cavaleiro namoradíssimo, todo em chamas pela irmã mais velha do Noronha. E atacando a rapariga com ramos, cartas, versos, estrupidos cada manhã por diante da janela, a ladearna pileca! Até lhe soltara, ao que parece, uma velha marafona, uma alcoviteira... E a rapariga, um anjo cheio de dignidade, impassível. Nem se revoltava, apenas se ria. Erauma troça em casa das Noronhas, ao chá, com a leitura da versalhada ardente em que ele a tratava de «Ninfa, de estrela da tarde...». Enfim, uma sordidez funambulesca!

A Ilustre Casa de Ramires
Eça de Queirós


Desejava violentamente apertá-lo ao coração - e esbofeteá-lo. Teve a idéia insensata de ir ao outro dia à Rua das Sousas atirar-se-lhe aos braços, instalar-se-lhe no quarto, fazer um escândalo que o obrigasse a fugir da diocese... Por que não? Eram novos, eram robustos, poderiam viver longe, noutra cidade, - e a sua imaginação começou a repastar-se logo histericamente nas perspectivas deliciosas dessa existência, em que se figurava constantemente a dar-lhe beijos! Através da sua intensa excitação, aquele plano parecia-lhe muito prático, muito fácil: fugiriam para o Algarve; lá, ele deixaria crescer o cabelo (que mais bonito seria então!) e ninguém saberia que era um padre; poderia ensinar latim, ela coseria para fora; e viveriam numa casinha - onde o que mais a atraia era o leito com as duas travesseirinhas chegadas... E a única dificuldade que via em todo este plano radiante, era fazer sair de casa, ás escondidas da mãe, o baú com a sua roupa!

O Crime do Padre Amaro

Ps : seria a Rua das Sousas homenagem prévia ao Sousita? Mistério !

Esta versão do Thesis é um bocado apaneleirada, não é ?


O Sousita acha este Lancia Thesis um bocadito apaneleirado...mas enfim ! São gostos.
O Bicolore é de duas cores ..... ou de bi...enfim ....vocês sabem....aquela coisa....
Prontos !

O Sousita vai de carro. Será que se vai portar bem ?


Raios partam os limites de velocidade....
Mas promete uma reportagem fotográfica.
Isto de ter um V6 3000 e ir a 120....ou 118...