Ia eu numa rua quando vejo um grupo de pessoas. Nisto uma mulher, rapariga jovem aí de 18-20 anos, vem direita ao meu carro. Parei para não a atropelar e ela sobe-me pelo capot e dai para o tejadilho. O carro é um Tucson bastante alto. Aí percebi que era uma discussão doméstica porque o marido ou namorado apareceu a persegui-la. Ele andava às voltas do carro e ela no tejadilho.
Eu não podia arrancar porque o mais provável era ela esborrachar-se no chão. Sem tirar os olhos do perseguidor mantive o carro imóvel. Um olho no burro e outro no cigano porque nunca se sabe quando nestas coisas o gajo tem uma arma e ainda levamos um tiro por estarmos no local errado à hora errada. Ele andava às voltas do carro e ela às voltas no tejadilho.
Certificado que o melro não tinha arma, que o carro tinha as portas trancadas e que estava ligado pensei, filosoficamente, que nada mais podia fazer que esperar que a senhora me lixasse o teto do carro.
Acendi um cigarro.
Uns minutos depois tive a brilhante idéia de acelerar o motor às seis mil rotações. Antes disso, prudentemente, puz a caixa em manual, desliguei as ajudas e liguei a tracção às 4.
O Thesis que me perdoe mas os 6 cilindros - a gasolina, do Hyundai - às 6 mil rotações produzem um som de respeito.
A senhora desceu, pelo lado contrário ao do perseguidor, e fugiu.
Nem queiram saber a aceleração do Hyundai com tal estimulo. Continuando a pedir desculpa ao Thesis, isto não é adultério mesmo, pirei-me dali o mais depressa que pude.
Por mais inacreditável que pareça o carro nem ficou amassado.
Para quem já se está a rir:
Não, não e não !
Juro que não fiquei com as cuecas castanhas.
Sem comentários:
Enviar um comentário