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Joel-Peter Witkin, 1987
Com Witkin temos o desarranjo, o quase fantástico ou surrealista, o desorganizado, a perturbação do equilíbrio, o absolutamente contrastante, o incómodo, o convite à fuga.
Estamos perante um cenário (com dois quadros) onde há o "verso" e o "reverso", onde a ideia ou noção de constância é posta em causa, onde a mesma realidade pode ser vista, interpretada e dada a conhecer e a apreciar de formas absolutamente distintas, onde o mundo, o ser e as coisas são concebidos numa dualidade incontornável, onde o sublime e o seu contrário são evidências, onde o previsto e o imprevisto se cruzam, descruzam e se podem acabar por fundir.
No fundo, a mesma realidade pode ser sempre entendida de forma diferente. Compete-nos a nós perceber isso e à Arte torná-lo (ainda mais) perceptível, pondo o Belo ao serviço do esclarecimento (Pragmatismo da/na Arte?).
A Arte deve ser também de intervenção.
O Artista deve ser (também) um porta voz dos problemas da Humanidade.
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