Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

sábado, 26 de novembro de 2005

O caso casa Pia já mete, de facto nojo.

A única coisa coerente no julgamento pareceu-me a mudança de instalações para um teatro, Vasco Santana se não me engano, muito apropriado.

Quanto ao desfecho todos nós sabemos qual é:
Absolvição dos arguidos, independentemente de serem culpados ou inocentes, e o borrar de nomes de inimigos políticos ou concorrentes na comunicação social.

Faz-se assim justiça.

Parece ao Sousita, e restam muito poucas dúvidas a quem quer que seja, que houveram miúdos que foram vítimas de abusos.
Pelos relatórios apresentados parece que os miúdos da casa Pia foram abusados sexualmente pelos mais velhos e por pessoal interno da casa pia e que alguns, ou muitos, se prostituam, pública e notoriamente nos jardins de Belém e noutros locais.
E, pelos vistos eram assim há que anos sem que ninguém se importasse.

O julgamento parece-me demasiado longo.
Sejamos justos.
Se houve – e há uma grande certeza que houve vitimas – elas devem ser tomadas em primeiro lugar na consideração de tudo isto
.
Um julgamento que se arrasta por três longos anos, cujo principal arguido é liberto e que não tem fim à vista, não parece demasiado longo e ineficaz?
Como se sentirá uma vitima perante esta situação?


Há uma coisa que esse chama carisma: é a capacidade de vincular os outros, duma forma ideológica, com um determinado ponto de vista, sendo a ideologia um conjunto de pontos de vista coerentes que traduzem e propõe uma determinada visão do mundo
E o carisma não se compra. Dá-se-nos.

Todos nós sabemos que o ministério público e os tribunais são a incompetência das incompetências. È triste mas é assim. Quem quer que lide com os tribunais deste país sabe que está perante uma máquina inoperante e com pessoas, que embora muitas vezes pessoalmente sejam um doce, são no plano profissional os piores entre os piores.
A máquina que as selecciona é que tem a culpa e não elas.
Poderia contar anedota sobre a anedota dos tribunais com que lidei mas abstenho-me. Basta a vergonha de o serem e saberem que são.
Claro que ninguém de bom senso em Portugal tem a mais pequena confiança no sistema judicial. Fica-nos bem como arguidos num processo dizer que confiamos na justiça e no sistema: no sistema judicial e no das finanças e no da saúde, no do futebol e até na Nossa Senhora de Fátima.

Mas caramba! Ninguém acredita no sistema judicial. Isto sendo franco. Nós todos sabemos que aquilo é uma ficção de advogados e juízes e funcionários judiciais. Ganha quem estiver de mais má fé. Que tudo se pode, e deve fazer, a fim de protelar um processo, ou ganhar uma diligencia. Que a corrupção, o compadrio e a ineficiência são a regra. È tão fácil adiar um processo, vigarizar numa diligência e, principalmente, utilizar as falhas do sistema em proveito próprio. E que o próprio sistema, sem que ninguém se mexa , é ineficaz.

Começa o mau exemplo com os próprios juízes que se deveriam dar-se ao respeito, o que não fazem, aceitam e corroboram tudo não se dando ao respeito que a um juiz deveria ser dado como órgão de soberania. Até greves fazem!


Não será demasiado para as vitimas tudo isto?

Na minha modesta – e muito ignorante – opinião o que se devia fazer era o seguinte:

Quem pode tomar a decisão deveria colocar na boca um apito e apitar : triim ! Acabou !

O sistema judicial não pode lidar com o caso, vamos assumir o fracasso, e partir para uma solução em que se possa fazer justiça.

Vamos adquirir carisma.

Libertem-se os arguidos, já que não conseguimos provar a inocência ou a culpabilidade deles, e vamos tratar das vítimas. Indemnizemos os miúdos, tratemos deles como seres humanos a precisarem de ajuda, e vamos reformular todo o sistema de apoio a menores em Portugal.

Acabemos com as casas pias em grandes metrópoles, desviemos – o que for de desviar – do orçamento de estado, para conseguirmos um apoio à próxima geração, e vamos aprender com os erros passados.

Vamos esquecer os Tribunais.

Como disse o Sr. presidente da Republica há algum tempo:

È necessário que as pessoas entendem que as leis não são meras indicações de conduta mas antes algo a cumprir…

Quando o mais alto Magistrado da nação diz isto….

1 comentário:

Anónimo disse...

Não houve mudança de instalações, morcão!!! Eles foram ao teatro Vasco Santana para reconhecimento do local onde terão acontecido mais alguns abusos. E este processo só meterá nojo se ficar em água de bacalhau. Para já o Bibi que se agasalhe antes que lhe tirem a tosse...