Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Putas & Cia

Antigamente as vitimas das anedotas eram as prostitutas.

Definiam-se como mulheres de sexualidade exacerbada, que ao contrário das nossas mães e mulheres, exteriorizavam – para nosso horror e deleite – o prazer sexual e a promiscuidade duma mulher perdida que optara pela vida fácil.

Chamavam-se putas.

Se recebiam dinheiro pelo acto, normalmente contra natura, isso era um acessório.

De qualquer modo uma mulher – comme il faut – não o faria nem teria necessidade.

Faziam-no porque gostavam.

O miúdo em casa que dependia desse dinheiro, a fome, a miséria e as desgraças que lhe aconteciam eram minimizados pelo facto de ser o que era. Eram fait divers face ao estatuto de prostituta.

Os nomes que lhe chamavam eram também desculpantes dos clientes:

Mulher perdida e de vida fácil!

Como poderia um homem face a tal tentação manter-se casto?

Enfim… uma criminosa atentatória da família, da propriedade privada e, em ultima análise, do estado.

Mudam-se os tempos e mudam-se as vontades. O puto em casa, com sinais de subnutrição, é mais relevante que o comportamento da mãe.

A família não se sente atentada pela prostituta e o estado ainda menos. O cliente, caso a energúmena seja menor, vê-se na contingência de explicar ao estado o seu comportamento e de, in extremis, cumprir uma penazita de cadeia se a dita energúmena for menor.

Pode não se gostar mas isto é um passo civilizacional importante. E que de facto só acontece na tal Europa a quem custa assimilar imigrantes. E que custa ser assimilada por eles. Na mesma Europa um apresentador de televisão é detido por suspeita de abusar de menores e a culpa não é dos menores mas, se provada, dele.

Pode ser que tudo isto que escrevi seja um horror para um magrebino. Putas são putas e merecem o tratamento que lhe dão. Se os putos levavam na bilha era porque a culpa era deles.

Pode ser. No entanto o Sousita é um chato e continua a achar (doxa e não episteme) que se calhar tem alguma razão.

Talvez a nossa civilização, com todos os erros que tem, é mais justa – ou pelo menos injusta – que outras.

Sem comentários: