Há na discussão da interrupção voluntária da gravidez ou do aborto – e atentemos que a própria designação implica uma tomada de posição – uma série de hipocrisias do tamanho da torre dos clérigos.
Estamos a falar de fetos, ou projectos de seres humanos, e de mulheres que deixam de ser mães.
Não estamos a falar de orçamentos de estado ou de leis menores.
Haja respeito e, aquela de quem muito se fala e pouco se olha, ética.
Argumentos do tipo:
Os meus impostos não devem pagar….
Na minha barriga mando eu…
Não é assim!
Estamos a discutir é se uma mulher deve ou não ser responsabilizada criminalmente por um acto. Acto que deve ser feito em liberdade e com a consciência e responsabilidade respectivas.
Qual o meu voto?
É sim à despenalização. No entanto com o coração a sangrar por cada um feito.
Raios partam esta ordem social em que há milhões de obesos e milhões de famélicos, em que há milhões de mulheres a querem sem mães e não conseguem e milhões que não querem e até o são sem quererem e que há milhões de crianças de rua e milhões de pessoas a quererem adoptar, sem conseguir.
Se um dia nos pedirem contas –a todos – do raio de ordem que demos a este planeta vamo-nos ver fodidinhos, como diria a Celo, para explicar a um E.T. a organização interna desta porcaria.
Eu, a exemplo de Nuremberga, diria que cumpria ordens…eu sei que sem grande sucesso…
E você ?
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