Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Porque diabos são coisas destas, tão antigas – tão sem sentido – que começam, a fazer algum, mau, sentido aqui ao Sousita?

Voltamos aos tempos revolucionários? Ou há algo muito errado nisto tudo?



Numa rua de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis d'ouro a um tostão
enriquece o charlatão

No beco mal afamado
as mulheres não têm marido
um está preso, outro é soldado
um está morto e outro f'rido
e outro em França anda perdido

Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces, paga amarga

No beco dos mal-fadados
os catraios passam fome
têm os dentes enterrados
no pão que ninguém mais come
os catraios passam fome

(É entrar,...)

Na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-s'em quatro zonas
instalados em poltronas

Pr'á rua saem toupeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca d'alguns patacos

(É entrar,...)

Entre a rua e o país
vai o passo dum anão
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro dum canhão
e o trono é do charlatão

(É entrar,...)
É entrar, senhorias
É entrar, senhorias
É entrar, senho...

Luís Miguel Alçada;Artur Miguel Dias

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O Sousa , a descer das Olaias para a Estação de santa Apolónia (advogada dos dentistas), com esta canção na cabeça, com a voz da Amália…..




Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
morreria no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Alexandre O'Neill

Eu hoje deu-me para os clássicos....Amália e esta canção....

Se não esqueceste
o amor que me dedicaste
e o que escreveste
nas cartas que me mandaste
esquece o passado
e volta para meu lado
porque já estás perdoado
de tudo o que me chamaste.

Volta meu querido
mas volta como disseste
arrependido
de tudo o que me fizeste,
haja o que houver
já basta p'ra teu castigo
essa mulher
que andava agora contigo.

Se é contrafeito
não voltes toma cautela
porque eu aceito
que vivas antes com ela
pois podes crer
que antes prefiro morrer
do que contigo viver
sabendo que gostas dela.

Só o que eu peço
é uma recordação
se é que mereço
um pouco de compaixão,
deixa ficar
o teu retrato comigo
p'ra eu julgar
que ainda vivo contigo.

Frederico Valério

Amadeu do Vale

E a voz de Amália

O sousita hoje sente-se assim .....

Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.

Como o José Afonso cantava e como era a letra original

Era um redondo vocábulo
Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos
Polpas seus cabelos
Resíduos de lar,


(nos )Pelos degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio,
Congregando(convocavam)(convocando ) farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúria crescia
(matando )Clamando vingança,
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Na rua os meninos
Brincando (brincavam )e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educa

Eu, antes de ir dormir, deu-me para isto....

Ó ventos do monte
Ó brisas do mar
A história que vou contar
Dum pastor Florival
Meu irmão de Bensafrim
Natural rezava assim

Passava ele os dias
No seu labutar
E os anos do seu folgar
Serras vai serras vem
Seu cantar não tinha fim
O pastor cantava assim

Ó montes erguidos
Ó prados do mar em flor
Ó bosques antigos
Trajados de negra cor
Voa andorinha
Voa minha irmã
Não te vás embora
Vem volta amanhã
Dizei amigos
Dizei só a mim
Todos só de um lado
Quem vos fez assim

Dizei-me mil prados
Campinas dizei
A história que não contei
Serras vai serras vem
O seu mal não tinha fim
O pastor cantava assim

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O Sousa da ponte visto pelo Sousa da Ponte

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Fim de tarde em Lisboa

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O Sousita a jantar na Portugália. Grandes bifes

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Das pequenas coisas: February 2006

Das pequenas coisas: February 2006: "' Os amantes sem dinheiro

Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.

Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.

Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.'

Eugénio de Andrade"

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Citroen Visa



O primeiro carro do Sousita foi um Visa. Branco.

Que saudades.....
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Alfândega do Porto



Carimbos e máquinas da Alfândega do Porto
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Um pouco de azul sobre Leixões

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Não foi tentativa de suicídio. Era apenas o reclame avariado

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vista geral da doca de Leixões

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Ponte m´vel de Leça prestes a abrir

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O hall do Sousita

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O Sousa em repouso

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A nova rua do Sousita

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O Sousa a meditar sobre a crise do BCP

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O Sousita em Lisboa.

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o Sousa a preto e branco

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O primeiro jantar em Lisboa made by Sousa

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A casa do Sousa em Lisboa

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Restos da mudança do Sousa para o Sul

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Presépio na Alfândega de Lisboa

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Banqueiro anarquista


Tínhamos acabado de jantar. Defronte de mim o meu amigo, o banqueiro, grande
comerciante e açambarcador notável, fumava como quem não pensa. A conversa, que
fora amortecendo, jazia morta entra nós. Procurei reanimá-la, ao acaso, servindo-me
de uma idéia que me passou pela meditação. Voltei-me para ele, sorrindo.
- É verdade: disseram-me há dias que V. em tempos foi anarquista...
- Fui, não: fui e sou. Não mudei a esse respeito. Sou anarquista.
- Essa é boa! V. anarquista! Em que é que V. é anarquista?... Só se V. dá à palavra
qualquer sentido diferente...
- Do vulgar? Não; não dou. Emprego a palavra no sentido vulgar.


...


- Não; não é isso. O que eu quero dizer é que entre as minhas teorias e a prática da
minha vida não há divergência nenhuma, mas uma conformidade absoluta. Lá que não
tenho uma vida como a dos tipo dos sindicatos e das bombas - isso é verdade. Mas é
a vida deles que está fora do anarquismo, fora dos ideais deles. A minha não. Em mim
- sim, em mim, banqueiro, grande comerciante, açambarcador se V. quiser -, em mim
a teoria e a prática do anarquismo estão conjuntas e ambas certas. V. comparou-me a
esses parvos dos sindicatos e das bombas para indicar que sou diferente deles. Sou,
mas a diferença é esta: eles (sim, eles e não eu) são anarquistas só na teoria; eu souo
na teoria e na prática. Eles são anarquistas e estúpidos, eu anarquista e inteligente.
Isto é, meu velho, eu é que sou o verdadeiro anarquista. Eles - os dos sindicatos e das
bombas (eu também lá estive e saí de lá exatamente pelo meu verdadeiro
anarquismo) - eles são o lixo do anarquismo, os fêmeas da grande doutrina libertária.
- Essa nem ao diabo a ouviram! Isso é espantoso! Mas como concilia V. a sua vida -
quero dizer a sua vida bancária e comercial - coma as teorias anarquistas? Como o
concilia V., se diz que por teoria anarquista entende exatamente o que os anarquistas
vulgares entendem? E V., ainda por cima, me diz que é diferente deles por ser mais
anarquista do que eles - não é verdade?

- Exatamente.


O Banqueiro Anarquista
Fernando Pessoa

O Sousa de mudança para Lisboa



A cozinha do Sousa quase pronta...
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Hic!

 


O fogo de artificio no edificio transparente, visto pelo Sousa, já um bocado tocadito na passagem do ano.
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O Sousa de mudança para Lisboa

 


Vista da Janela da Rua Arantes e Oliveira
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