As nossas religiões, especialmente na sua vertente cristã baseiam-se em narrativas que legitimam a sua verdade. As provas são obtidas normalmente através de profecias e milagres.
A profecia é um relato que prevê acontecimentos futuros e são inspirados pelas divindades.
O milagre é a intervenção divina na vida de todos os dias e que é inexplicável pela experiência normal.
Os milagres e as profecias validam a religião.
Não há religião que se preze que não tenha um curriculum de milagres e profetas.
Muitos dos milagres e profecias aconteceram há imenso tempo. Os intervenientes estão todos mortos e enterrados, as testemunhas também e as fontes dos relatos são no mínimo suspeitas.
Não será uma grande profecia dizer que um tal senhor Silva, nascido e criado na freguesia de Cedofeita no Porto, morto em 1865, previu com exactidão notável o inicio e o fim das duas guerras mundiais do século XX, os resultados do campeonato de futebol dos anos de sessenta a noventa do século XX, o ataque às torres gémeas e mesmo diversos números de lotaria e euro milhões, Facto tanto mais notável que na época em que viveu não havia euro milhões, futebol, aviões ou torres gémeas.
Seria facto por de mais notável se estes dados fossem revelados antes dos ditos cujos acontecimentos e não agora que eles ocorreram e são de domínio público.
O que normalmente se passa com as profecias e com os profetas é que as informações ou são demasiados vagas para nos adiantarem algo de importante ou, o que é pior para o profeta, não se confirmam de todo.
Uma previsão em meteorologia do género: amanhã estará bom para os habitantes do campo não é previsão nenhuma. Se chover foi certo que isso é bom para os campos, se fizer sol idem aspas. Se chover de manhã e estiver sol durante a tarde a previsão também é certa porque sem sol e chuva nada viveria.
O futuro é realmente tramado de prever e normalmente fatal para os profetas.
Claro que os exegetas, com muito esforço, lá conseguem conciliar as coisas
O Sousa em próximos capítulos lá irá tentar ver se alguns profetas tem ponta por onde se lhe pegue.
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