Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mais um dia em Angola. Transito, poluição, muita, e principalmente, contrastes.

Passei o dia na cidade. Visitas e negócios. Negócios poucos que aqui todo o cuidado é pouco.

Entre os vários sítios que fui o escritório dum colega.

Impecável e funcional. Agora o piso térreo do prédio é de fugir.

Está, aparentemente, a dar-se bem.

É extraordinário como o preço das habitações é tão caro e há tantos prédios, em zonas nobres abandonados a meio da construção. Habitam lá jovens, tão jovens são, marginais.

Não cheiram cola, como no Brasil ou na Tailândia, mas gasolina. Colocam gasolina num pano e inalam.

É surreal uma cidade em que no tosco dum prédio que nunca o será, meninos que nunca o serão, cheiram gasolina entre carros, igualmente a gasolina, de centenas de milhares de euros.

Não chegam a ser perigosos. Tem um ar assustado e sobrevivem a lavar carros na cidade.

Não parecem ser perigosos mas todo o cuidado é pouco.

Lembraram-me um poema de Bel:

Fils de bourgeois ou fils d'apotre

Tous les enfants sont comme les votres

Fils de cesar ou fils de rien

Tous les enfants sont comme le tien

Le meme sourire les memes larmes

Les memes alarmes les memes soupirs

Possa existir um deus tão misericordioso que nos perdoe essas e outras.

Mas falemos de outras coisas:

Um café na ilha que por mais incrível que pareça até é fácil lá chegar.

Uma esplanada agradável. Praia muita e segura. Estamos no Inverno está deserta.

Perdi-me num mercado entre a baixa e Alvalade.

O mesmo cenário. População muito jovem e, parece, que todas as meninas estão grávidas.

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