“É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre, que leva os campos, as casas, as vilas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a guerra aquela calamidade composta de todas as calamidades, em que não há mal algum que, ou se não padeça, ou se não tema, nem bem que seja próprio e seguro. O pai não tem seguro o filho, o rico não tem segura a fazenda, o pobre não tem seguro o seu suor, o nobre não tem segura a honra, o eclesiástico não tem segura a imunidade, o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus nos templos e nos sacrários não está seguro”.
Escreveu Vieira há que tempos.
Substitua-se guerra por mercados e a questão é a mesma.
De facto a guerra - e os mercados - só se saciam com as reformas, os subsídios aos pobres e o ordenado dos mais fracos.
Depois, na sua sede de sangue, sobem a escala social.
Deus me livre - a mim pessoalmente - da guerra e dos mercados.
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