Quando o muro de Berlin caiu estava eu a jantar no Chanquinhas, em Leça, com alemães.
Paguei uma garrafa de D. Perignon e pedi -particularmente até porque os convivas eram protestantes - que o bom do S. João permitisse - dada a sua familiaridade com o Senhor - que os bocados do muro não nos caissem em cima.
Assim não foi.
A coisa caíu-nos em cima.
Coisas do S. João. Diga-se em verdade que não me desamparou.
Tenho pena de não ter vida a queda do muro e das revoluções no leste da europa.
Agora penso que estou a perder as revoluções no Magreb-
Tenho uma vantagem:
Assisti e na primeira pessoa à revolução dos cravos, ao 11 de Março e ao vinte e cinco de Novembro.
Como diria o meu pai - Carlos de Paula e Melo de Sousa - estás a assistir, e viver, uma revolução.
- Isso só acontece de três em três gerações!
Palavras sábias.
Espero que as revoluções no Magreb - mesmo com todos os excesssos - resultem em sociedades laicas e democráticas.
E que se lixem algumas aplicações financeiras!