A Europa, seja lá o que isso for, está metida numa camisa de onze varas.
Temos o que se chama uma crise das dividas soberana e uma crise de confiança. Assim anda tudo à turra e à maça e ninguém se entende.
Ora eu que não tenho nenhum PhD em economia, idem em finanças mas algo mais que o snr dr Relvas atrevo-me a pensar a coisa assim:
Nos idos de sessenta e setenta com esperanças médias de vida baixas, natalidade alta e custos médicos baratos pensou-se em democratizar os acessos a saúde e as reformas.
Convinha a todos.
Aos beneficiários porque beneficiavam e ás instituições financeiras (vulgo o pessoal da bagalhoça) porque afastava o risco de revoluções comunistas.
Ora atrás do tempo tempo vem e os beneficiários obstinam-se a morrer cada vez mais velhos, a gerarem menos filhos mesmo que peçam subsidio para o Viagra, os serviços de saúde a serem cada vez mais caros e a prolongarem a vida dos doentes ad nausea. As tais instituições financeiras (vulgo forças vivas ou a malta da bagalhoça) também já não tem medo das nacionalizações dos comunistas.
As dos regimes democráticos de bancos e a fins não metem medo que só se fazem se a coisa correr para o torto. Para o torto do contribuinte que para as instituições financeiras (vulgo amigos do snr Silva e malta da bagalhoça em geral) isto é sempre coisa que se resolva nem que seja em Cabo Verde.
Esta foi muito injusta. Conheço muito boa gente - de honestidade irrepreensível -que aplicou proventos de veniagas várias feitas com governos das duas cores nos tais bancos. Deus Nosso Senhor que tudo sabe não foi suficiente para evitar tão graves e danosas penas e perdas para os seus patrimónios. E principalmente para a moral e saúde de quem tanto se esforçou para amealhar um pecúlio. Que isto já se sabe que sic transit a legislatura. E um homem honesto nunca sabe quando a maioria cai e o suado envelope, sabe Deus com que sacrifícios e vexames conseguido, cai nas mãos dum qualquer imberbe da ex-oposição.
Deixemos este singelo mas sentido elogio a quem nos tem bem governado. Quantas e quantas vezes com grandes sacrifícios da vida familiar.
Que isto da governação não é mister fácil e há que sacrificar o gozo do jantar em casa, em família, afagando o boby, trocando olhares com a legitima esposa, perguntando pelo pigarro da sogra e admirando as flores que crescem na marquise na varanda das traseiras enquanto se pensa onde se vai mudar o óleo ao carro.
- Parece que na Esso é mais barato!
A governação é mister difícil e de duras penas. Troca-se numa primeira fase a leitaria da esquina por um café fugaz nos restaurantes da assembleia. Do café passa-se ao almoço rápido e deste ao bar do Ritz.
Depois a porcaria da turística por primeira classe. Business é para tesos.
Nessa altura a marquise parece ridícula o boby marreco e a esposa insossa.
Há maior sacrifício que este ?
Perder mulher, cão, leitaria, turística e o que é mais a marquise ?
Tudo isto para falar da crise da Europa em que os velhinhos continuam a envelhecer sem que ninguém aparentemente os impeça, os cuidados de saúde continuam a ser cada vez mais caros e os putos - esses sacanas - se recusam a nascer.
Fica para outro dia.
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