Isto de dividas, ainda mais sendo elas soberanas, é coisa complicada.
A quem se deve ?
A pessoas, de muito boa fé, que emprestaram dinheiro - ganho suadissimamente- a países que passam títulos de divida com juros acima do mercado.
Sim. É verdade. Emprestamos dinheiro a juros bastante acima do mercado e quem emprestou confiou-nos as suas suadissimas poupanças acreditando que embora pagássemos bastante mais que a média éramos capazes - sabe Deus porque artes de prestidigitação - de pagar e, mais do que isso, dentro dos prazos.
A verdade é que nem acreditaram tanto como isso.
Mal emprestaram a guita , e lembremos uma vez mais que isto foi um acto voluntário, transformaram a divida em futuros, produtos financeiros e quejandos.
Se não fosse um tão subido tema o versado diríamos que fugiram com o cu à seringa.
Não foi, graças a Deus, o caso.
Apenas , e agindo com a prudência que qualquer veniaga impõe, tomaram - como o povo diz - as suas precauções que isto de dinheiro já se sabe que é o diabo.
Certos desde o primeiro momento que a guita emprestada não era recuperável a não ser que a Nossa Senhora de Fátima operasse milagre nunca visto passaram-no a papeis venerandos e com valor financeiro para cima dum dinheirão.
E, é claro, viram-se livres dos tais papeis que valiam para cima dum dinheirão.
Mantiveram a fé na Nossa Senhora de Fátima.
E toda a gente ficou feliz. Até a Nossa Senhora de Fátima porque felizmente não embarcou em especulação financeira.
Mulher de carpinteiro, proba como nenhuma, guardou o dinheiro debaixo do colchão e foi invulnerável ás crises do sestércio.
Menos sorte teve Judas que confiou umas tais 30 moedas - de proveniência suspeita diga-se - a um financeiro que lhe garantia lucros de upa upa sobre a dívida soberana da Fenícia.
Parece que acabou mal.
Por outro lado desta veniagas e contratos voluntários com terceiros temos a dívida que o estado assumiu com outro tipo de pessoas:
Aquelas que não visaram um lucro irrealista mas que foram obrigadas pelo mesmo estado a contribuir com dinheiro com prestações.
Não visando um lucro brutal, qualquer tipo de especulação, mas como segurança para que no dia que não pudessem trabalhar . sob regras e nas condições que o próprio estado que as coagia a descontar - pudessem fruir das reformas que o estado - que lembre-se que as coagiu a descontar - na forma que o estado definira , sem os consultar , lhes iria disponibilizar.
Agora o mesmo estado diz que tem de pagar dividas a quem emprestou voluntariamente , isto é sem que que ninguém os coagisse, e que portanto aos que foram coagidos a pagar , isto é aos que não foram tidos nem achados para pagarem o que o estado impôs, tem de ter muita paciência que há dividas e dividas.
E que há mar e mar e há ir e voltar.
Parece-me que nestas coisas que há alguma falta de lógica.
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