É uma pena que na análise política se use e abuse da emocionalidade.
Ser muito emocional ao ver um jogo de futebol é bom.
Afinal o nosso clube é o melhor do mundo e arredores.
Os políticos são apenas funcionários públicos que tomam decisões em nosso nome. E isto porque nós lhes demos o mandato para tal.
São uma espécie de administração de condomínio.
Seria muito mais útil , já que é o nosso dinheiro que está em jogo, avaliá -los duma forma mais distante e objectiva do que duma forma apenas emocional.
Comecemos pelo defunto governo.
Ganhou as eleições a verberar contra a austeridade. Quando chegou ao poder tinha a troyka e poderes muito limitados.
Lá conseguiu levar a carta a Garcia. Evitou um segundo resgate ou a saída do euro.
Não me parece que tenham sido brilhantes. Não descobriram a pólvora sem fumo mas cumpriram.
A oposição acusou-os de adorarem a austeridade e de terem como hobby empobrecer em a nação.
A verdade é que não apresentaram propostas alternativas.
limitaram se a argumentos emocionais.
Se isto fosse uma reunião de condomínio pediam à actual administração que fizesse obras, contratasse mais porteiros e seguranças e que baixasse a prestação
Agora temos a perspectiva dum governo PS viabilizado pelo PCP e BE. Os verdes são antigo MDP-CDE. Uma invenção do PC.
Fala-se logo do segundo resgate, saída da NATO, da volta de Vasco Gonçalves e quiçá dum ressurreição de Lenine e da falecida URSS.
Ora vamos lá todos ter juízo. O Passos Coelho fez o que pode no quadro que tinha. Agora , findo o resgate , iria paulatinamente repor algumas coisas. Até porque está limitado pela UE e pelo FMI.
O mesmo problema tem o Costa. Pode prometer amanhãs que cantam mas está limitado pela mesma UE e FMI.
Esticam se é os juros sobem e lá vem a sombra do segundo resgate.
Se o PS tivesse sido governo em vez do Passos e agora fosse o Passos na vez do Costa as diferenças seriam mínimas.
Claro que cada um lá terá o seu estilo pessoal e haveria algo de diferente aqui ou ali mas nada de radical.
No fundo o que se discute é quem fica no poder até às próximas eleições daqui a mais ou menos seis meses.
Trata-se de gerir as sondagens
E claro as comissões e tachos que isto do poder não é só trabalho. E a vida está difícil para todos.
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