Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Uma fundamentação ideológica para a Frente Nacional.

Parece-me que a Frente Nacional não percebe nadinha de Marketing e de ideologias. Assim o Sousita faz uma modesta sugestão.

São precisos rostos: Um movimento radical que se preza tem fotografias de pessoas. O líder, o grande timoneiro ou o mártir. Exemplos a seguir. Sem esses não há seguidores. Quem segue segue alguma coisa e principalmente alguém. Vejam o exemplo da Alemanha Nazi, da Rússia de Estaline, da China de Mao ou dos fundamentalistas Islâmicos. A fotografiazinha é indispensável. È o que mobiliza. Sempre foi assim e assim será.

Ora nós estamos no século XXI será que uma fotografia chega? Não. As pessoas querem variedade. Conservadorismo com o seu quê de liberal, medicinas naturais e convencionais na mesma receita, conceitos Zen misturados com psicanálise e teoria dos sistemas. O simples não vende.

E umas fotografias chegam? Não: é preciso um slogan. Simples mas eficaz: Hasta la vitorea siempre, Deus Pátria Família, We try harder.

Assim falta à Frente Nacional um conjunto de fotografias e um slogan.

Comecemos pelas fotografias: Marquês do Pombal, Marx, Salazar, Hitler e a irmã Lúcia.

Como se trata de um grupo neo não precisa de se apoiar em todo o pensamento ou acções do personagem podendo assim retirar o que interessa, rejeitar o que não interessa e omitir o que é prejudicial. Como estamos no século XXI deve misturar-se conceitos antagónicos e sem sentido mas que caem bem. Não fica mal uma vertente científica (Marx), espiritual (Irmã Lúcia), autoritária (Hitler, Salazar e Marquês), condescendente (irmã Lúcia), racista (Hitler), tolerante (Marx) e por aí fora.

Do Marquês do Pombal apoia-se a determinação da reconstrução de Lisboa, a perseguição aos nobres que exploravam o povo, o retirar o poder à Inquisição.
Ignora-se o absolutismo e os motivos. Retira-se a execução do Távoras.
Salienta-se a determinação.
Compara-se a destruição do terramoto com a acção dos políticos.
Apela aos velhos valores portugueses.


Marx serve para não caírem na lei das organizações fascistas. Dizem-se neomarxistas também e isto deve dar uma confusão enorme. De Marx aproveita-se a luta de classes e afirma ser os representantes do povo oprimido e explorado contra os lobis, os imigrantes e cia que representam a exploração. Convêm ler Lenine para fundamentar essa parte. Dizem-se Marxistas mas anti comunistas. Também como pouca gente lê Marx isto passa bem. Negam veementemente Lenine

Salazar. Referência Nacional. O Rigor na economia é de aproveitar. O salvar o país da guerra. Omitir a guerra colonial. Chamar ao governo de Marcelo e aos militares de Abril traidores.
Apelo aos valores tradicionalistas.

Hitler. Não falar muito até porque perdeu a guerra. Os uniformes, as marchas são bons pontos. Omitir ou negar o holocausto. Não falar mesmo do final da guerra.
Apela aos racistas e aos simpatizantes do Eixo. Tem um look apelativo.

A Irmã Lúcia é um ponto forte. Dá polémica com a Igreja logo publicidade. Lembrem-se do Evangelho do Saramago. Os Portugueses são católicos e bastante crentes em Fátima. Ponto forte a conversão da Rússia. Omitir o Papa João Paulo II.
Capta bem a atenção dos crentes. Não horroriza os descrentes. Dá um ar espiritual à coisa e um rosto humano.


Postas as fotografias temos o slogan:

Autoridade (Marquês, Salazar e Hitler), Pureza (Irmã Lúcia), Determinação (Marques, Salazar e Hitler) com ciência (Marx).

Daqui pode tirar-se tudo. Contra os emigrantes rapa-se do Hitler, a favor dos pobres atiram-se o Marx e o Marquês, na candura e bondade lá vai a irmã Lúcia, na ciência lá vai Marx e por aí fora.

Os resultados seriam muito melhores.

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