Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

A greve dos tribunais preocupou os portugueses em geral e as pessoas que tiveram de ir hoje aos tribunais em vão em particular. O próprio ministro da justiça parece que teve uma grande crise de azia e o primeiro – ministro arrenegou pela milésima vez a escolha que fez de ser primeiro – ministro, os sindicalistas rejubilaram e o país contínua, graças a Deus.

Deu um certo gozo ao Sousita ver os juízes em greve. È uma situação inédita. Um órgão de soberania em greve é algo digno de se ver. Imaginemos os Srs. deputados em greve por aumento de salário, o Presidente da Republica em greve por não gostar dos candidatos que o possam vir a substituir ou o governo em greve contra a precariedade dos postos de trabalho. Tenhamos juízo e decoro. Eu não faço a mínima ideia se os juízes ou os membros do governo tem ou não direito a fazerem greve, mas se o tiverem só o deverão exercer quando estiverem em causa valores doutra grandeza. Há outras formas de protesto que dignificavam muito mais a sua posição.

Quanto aos atrasos e ao prejuízo que isto causou…adeus minhas encomendas. Se os tribunais fechassem três ou quatro meses e se mantivessem nos serviços mínimos acho que ninguém ia notar diferença nenhuma. Aquilo anda atrasado anos e anos…mais seis meses menos meio ano! Estou convencidíssimo que se os cuscas da comunicação social não metessem o bedelho e uma paragem dos tribunais não fosse tornada pública antes de um ano ou dois ninguém notava.

Agora se parassem dois anos é que aquilo andava para a frente. Prescrevia um porradal de processo, os ratos comiam outros e a coisa resolvia-se por si. Com um bocado de sorte, sem ninguém lá dentro para ver o início do fogo, ardia um tribunal ou dois e então é que era dar andamento ao serviço. Criava-se um carimbo a dizer: PROCESSO PERDIDO NO FOGO. Notificava-se, com dois ou três anos de atraso como convém, as partes e processo concluído.

O públicozito que reclamou também não ficou tão triste assim. Pediu a declaração que foi ao Tribunal e baldou-se ao trabalho toda a manhã…e aproveitou para ir às compras. Os mais afoitos nem lá puseram os pés e continuaram a dormir com a patroa. Como da próxima vez também vai ser adiado por outra razão qualquer é a garantia de mais uma manhã ou tarde que se vai ter livre. Chato é os juízes marcarem os julgamentos para as nove da manhã e só lá aparecerem pelas onze…mas sempre é uma manhã que não se faz nenhum.

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