Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol
quinta-feira, 31 de agosto de 2006
Rapándoselo estaba cierta hermosa,
hasta el ombligo toda arremangada,
las piernas muy abiertas, y asentada
en una silla ancha y espaciosa.
Mirándoselo estaba muy gozosa,
después que ya quedó muy bien rapada,
y estándose burlando, descuidada,
metióse el dedo dentro de la cosa.
Y como menease las caderas,
al usado señuelo respondiendo,
un cierto saborcillo le dio luego.
Mas como conoció no ser de veras,
dijo: «¡Cuitada yo! ¿Qué estoy haciendo?
Que no es ésta la leña deste fuego».
Anónimo de 1580-1595, Atribuido a Quevedo
hasta el ombligo toda arremangada,
las piernas muy abiertas, y asentada
en una silla ancha y espaciosa.
Mirándoselo estaba muy gozosa,
después que ya quedó muy bien rapada,
y estándose burlando, descuidada,
metióse el dedo dentro de la cosa.
Y como menease las caderas,
al usado señuelo respondiendo,
un cierto saborcillo le dio luego.
Mas como conoció no ser de veras,
dijo: «¡Cuitada yo! ¿Qué estoy haciendo?
Que no es ésta la leña deste fuego».
Anónimo de 1580-1595, Atribuido a Quevedo
quarta-feira, 30 de agosto de 2006
o original
O Foda-se
de Millôr Fernandes
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade de foda-se! que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se!? O foda-se! aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Me liberta. Não quer sair comigo?
Então foda-se!. Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!. O direito ao foda-se! deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
Prá caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho? Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende? No gênero do Prá caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo!. O Não, não e não! e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade Não, absolutamente não! o substituem.
O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral?
Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo Marquinhos presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicinio.
Por sua vez, o porra nenhuma! atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um PHD porra nenhuma!, ou ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!. O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.
São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, repone e mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. / Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu!, ou seu correlato Puta-que-o-pariu!, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo.
Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu!? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no olho do seu cu!. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus uando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: Chega! Vai tomar no olho do seu cu!.
Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. /
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: Fodeu!. E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? Fodeu de vez!.
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se ...
de Millôr Fernandes
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade de foda-se! que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se!? O foda-se! aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Me liberta. Não quer sair comigo?
Então foda-se!. Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!. O direito ao foda-se! deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
Prá caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho? Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende? No gênero do Prá caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo!. O Não, não e não! e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade Não, absolutamente não! o substituem.
O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral?
Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo Marquinhos presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicinio.
Por sua vez, o porra nenhuma! atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um PHD porra nenhuma!, ou ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!. O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.
São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, repone e mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. / Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu!, ou seu correlato Puta-que-o-pariu!, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo.
Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu!? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no olho do seu cu!. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus uando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: Chega! Vai tomar no olho do seu cu!.
Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. /
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: Fodeu!. E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? Fodeu de vez!.
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se ...
Foda-se - por Millôr Fernandes
(adaptado)
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz.
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.
"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"
"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"?
"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.
A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!
Entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".
Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.
O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.Solta logo um definitivo:
"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba.
Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:
"Chega! Vai levar no olho do cu!"?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás a sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”
Então:
Liberdade,
Igualdade,
Fraternidade
e
foda-se!!!
Mas não desespere:
Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”
Atente no que lhe digo!
(adaptado)
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz.
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.
"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"
"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"?
"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.
A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!
Entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".
Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.
O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.Solta logo um definitivo:
"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba.
Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:
"Chega! Vai levar no olho do cu!"?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás a sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”
Então:
Liberdade,
Igualdade,
Fraternidade
e
foda-se!!!
Mas não desespere:
Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”
Atente no que lhe digo!
domingo, 20 de agosto de 2006
sexta-feira, 18 de agosto de 2006
quarta-feira, 16 de agosto de 2006
É muito claro que o sousa pode ir viver para outros países.
E ate pode interiorizar alguns conceitos.
Um cava em Barcelona, um ou-lá-lá em França e até, pasme-se, um soh nice, em Londres,
Coisas que se podem assumir e interiorizar.
Há no entanto coisas que eu, por mais esforços que faça, não posso interiorizar. Posso macaquear, dizer que aceito e que interiorizo…mas francamente….e absolutamente… não como.
Desculpem lá….mas uma lapidação, porque a mulher era adultera, o cortezito da mão porque o tipo roubou, ou a censura porque a imagem na TV era considerada errada, ou a censura na internet porque o que se diz é contrario ao pensamento do nosso governo parece-me errado. Eu sei que que não deveria ser assim…mas é assim que eu sinto.
Poderia viver num pais assim, macaquear ao comportamento correcto…mas agora interiorizar….e sentir isso…eu que até não acredito em Fátima.
Valha-nos Nossa Senhora, a tal que não apareceu em Fátima, e até o Dr. Alberto João Jardim e todos os santos e santas, cujos e cujas, nunca fizeram nada de bom nesta vida ou na outra. Valha-nos o D. Afonso Henriques e as sua limpezas étnicas – vulgo Santarém – e a inquisição.
Poderia eu interiorizar algo como a excisão?
Espero bem que não, no entanto assusta-me igualmente a possibilidade de não admitir a possibilidade não a admitir….
E ate pode interiorizar alguns conceitos.
Um cava em Barcelona, um ou-lá-lá em França e até, pasme-se, um soh nice, em Londres,
Coisas que se podem assumir e interiorizar.
Há no entanto coisas que eu, por mais esforços que faça, não posso interiorizar. Posso macaquear, dizer que aceito e que interiorizo…mas francamente….e absolutamente… não como.
Desculpem lá….mas uma lapidação, porque a mulher era adultera, o cortezito da mão porque o tipo roubou, ou a censura porque a imagem na TV era considerada errada, ou a censura na internet porque o que se diz é contrario ao pensamento do nosso governo parece-me errado. Eu sei que que não deveria ser assim…mas é assim que eu sinto.
Poderia viver num pais assim, macaquear ao comportamento correcto…mas agora interiorizar….e sentir isso…eu que até não acredito em Fátima.
Valha-nos Nossa Senhora, a tal que não apareceu em Fátima, e até o Dr. Alberto João Jardim e todos os santos e santas, cujos e cujas, nunca fizeram nada de bom nesta vida ou na outra. Valha-nos o D. Afonso Henriques e as sua limpezas étnicas – vulgo Santarém – e a inquisição.
Poderia eu interiorizar algo como a excisão?
Espero bem que não, no entanto assusta-me igualmente a possibilidade de não admitir a possibilidade não a admitir….
terça-feira, 15 de agosto de 2006
Les fenêtres nous guettent
Quand notre cœur s'arrête
En croisant Louisette
Pour qui brûlent nos chairs
Les fenêtres rigolent
Quand elles voient la frivole
Qui offre sa corolle
À un clerc de notaire
Les fenêtres sanglotent
Quand à l'aube falote
Un enterrement cahote
Jusqu'au vieux cimetière
Mais les fenêtres froncent
Leurs corniches de bronze
Quand elles voient les ronces
Envahir leur lumière
....
La fenêtre est un œuf
Quand elle est œil-de-bœuf
Qui attend comme un veuf
Au coin d'un escalier
La fenêtre bataille
Quand elle est soupirail
D'où le soldat mitraille
Avant de succomber
Les fenêtres musardent
Quand elles sont mansardes
Et abritent les hardes
D'un poète oublié
Mais les fenêtres gentilles
Se recouvrent de grilles
Si par malheur on crie
" Vive la liberté "
Non je préfère penser
Qu'une fenêtre fermée
Ça ne sert qu'à aider
Les amants à s'aimer
Les fenêtres
by Jacques Brel
Para ser fiel ao meu espirito ocidental. Seja isso o que for.
Boaventura de Sousa Santos: Carta a Frank
Escrevo-te esta carta com o coração apertado. Deixo a análise fria para a razão cínica que domina o comentário político ocidental. És um dos intelectuais judeus israelitas — como te costumas classificar, para não esquecer que um quinto dos cidadãos de Israel é árabe — mais progressistas que conheço. Aceitei com gosto o convite que me fizeste para participar no Congresso que estás a organizar na Universidade de Telavive. Sensibilizou-me sobretudo o entusiasmo com que acolheste a minha sugestão de realizarmos algumas sessões do Congresso em Ramallah.
Escrevo-te hoje para te dizer que, em consciência, não poderei participar no congresso. Defendo, como sabes, que Israel tem direito a existir como país livre e democrático, o mesmo que defendo para o povo palestiniano.
Esqueço, com alguma má consciência, que a Resolução 181 da ONU, de 1947, decidiu a partilha da Palestina entre um Estado judaico (55% do território) e um Estado palestiniano (44%) e uma zona internacional (os lugares santos: Jerusalém e Belém) para que os europeus expiassem o crime hediondo que tinham cometido contra o povo judaico.
Esqueço também que, logo em 1948, a parcela do Estado árabe diminuiu quando 700 mil palestinianos foram expulsos das suas terras e casas (levando consigo as chaves que muitos ainda conservam) e continuou a diminuir nas décadas seguintes, não sendo hoje mais de 20% do território.
Ao longo dos anos tenho vindo a acumular dúvidas de que Israel aceite, de facto, a solução dos dois Estados: a proliferação dos colonatos, a construção de infra-estruturas (estradas, redes de água e de electricidade), retalhando o território palestiniano para servir os colonatos, os “check points” e, finalmente, a construção do Muro de Sharon a partir de 2002 (desenhado para roubar mais território aos palestinianos, os privar do acesso à água e, de facto, os meter num vasto campo de concentração). As dúvidas estão agora dissipadas depois dos mais recentes ataques na faixa de Gaza e da invasão do Líbano. E agora tudo faz sentido.
A invasão e destruição do Líbano, em 1982, ocorreu no momento em que Arafat dava sinais de querer iniciar negociações, tal como a de agora ocorre pouco depois do Hamas e da Fatah terem acordado em propor negociações. Tal como então, foram forjados os pretextos para a guerra. Para além de haver milhares de palestinianos raptados por Israel (incluindo ministros de um governo democraticamente eleito), quantas vezes no passado se negociou a troca de prisioneiros?
Meu Caro Frank, o teu país não quer a paz, quer a guerra porque não quer dois Estados. Quer a destruição do povo palestiniano ou, o que é o mesmo, quer reduzi-lo a grupos dispersos de servos politicamente desarticulados, vagueando como apátridas desenraizados em quadrículos de terreno bem vigiados. Para isso dá-se ao luxo de destruir, pela segunda vez, um país inteiro e cometer impunemente crimes de guerra contra populações civis. Depois do Líbano, seguir-se-á a Síria e o Irão. E depois, fatalmente, virar-se-á o feitiço contra o feiticeiro e será a vez do teu Israel.
Por agora, o teu país é o novo Estado pária, exímio em terrorismo de Estado, apoiado por um imenso lóbi comunicacional — que, sufocantemente, domina os jornais do meu país — com a bênção dos neoconservadores de Washington e a vergonhosa passividade da UE. Sei que partilhas muito do que penso e espero compreendas que a minha solidariedade para com a tua luta passa pelo boicote ao teu país. Não é uma decisão fácil. Mas crê-me que, ao pisar a terra de Israel, sentiria o sangue das crianças de Gaza e do Líbano (um terço das vítimas) enlamear os meus passos e embargar-me a voz.
(Boaventura de Sousa Santos, Revista Visão de 20060727)
Escrevo-te hoje para te dizer que, em consciência, não poderei participar no congresso. Defendo, como sabes, que Israel tem direito a existir como país livre e democrático, o mesmo que defendo para o povo palestiniano.
Esqueço, com alguma má consciência, que a Resolução 181 da ONU, de 1947, decidiu a partilha da Palestina entre um Estado judaico (55% do território) e um Estado palestiniano (44%) e uma zona internacional (os lugares santos: Jerusalém e Belém) para que os europeus expiassem o crime hediondo que tinham cometido contra o povo judaico.
Esqueço também que, logo em 1948, a parcela do Estado árabe diminuiu quando 700 mil palestinianos foram expulsos das suas terras e casas (levando consigo as chaves que muitos ainda conservam) e continuou a diminuir nas décadas seguintes, não sendo hoje mais de 20% do território.
Ao longo dos anos tenho vindo a acumular dúvidas de que Israel aceite, de facto, a solução dos dois Estados: a proliferação dos colonatos, a construção de infra-estruturas (estradas, redes de água e de electricidade), retalhando o território palestiniano para servir os colonatos, os “check points” e, finalmente, a construção do Muro de Sharon a partir de 2002 (desenhado para roubar mais território aos palestinianos, os privar do acesso à água e, de facto, os meter num vasto campo de concentração). As dúvidas estão agora dissipadas depois dos mais recentes ataques na faixa de Gaza e da invasão do Líbano. E agora tudo faz sentido.
A invasão e destruição do Líbano, em 1982, ocorreu no momento em que Arafat dava sinais de querer iniciar negociações, tal como a de agora ocorre pouco depois do Hamas e da Fatah terem acordado em propor negociações. Tal como então, foram forjados os pretextos para a guerra. Para além de haver milhares de palestinianos raptados por Israel (incluindo ministros de um governo democraticamente eleito), quantas vezes no passado se negociou a troca de prisioneiros?
Meu Caro Frank, o teu país não quer a paz, quer a guerra porque não quer dois Estados. Quer a destruição do povo palestiniano ou, o que é o mesmo, quer reduzi-lo a grupos dispersos de servos politicamente desarticulados, vagueando como apátridas desenraizados em quadrículos de terreno bem vigiados. Para isso dá-se ao luxo de destruir, pela segunda vez, um país inteiro e cometer impunemente crimes de guerra contra populações civis. Depois do Líbano, seguir-se-á a Síria e o Irão. E depois, fatalmente, virar-se-á o feitiço contra o feiticeiro e será a vez do teu Israel.
Por agora, o teu país é o novo Estado pária, exímio em terrorismo de Estado, apoiado por um imenso lóbi comunicacional — que, sufocantemente, domina os jornais do meu país — com a bênção dos neoconservadores de Washington e a vergonhosa passividade da UE. Sei que partilhas muito do que penso e espero compreendas que a minha solidariedade para com a tua luta passa pelo boicote ao teu país. Não é uma decisão fácil. Mas crê-me que, ao pisar a terra de Israel, sentiria o sangue das crianças de Gaza e do Líbano (um terço das vítimas) enlamear os meus passos e embargar-me a voz.
(Boaventura de Sousa Santos, Revista Visão de 20060727)
O Hezbollah embandeirou em arco e teve razão.
Teve uma vitória conclusiva, senão definitiva, sobre Israel.
Vejamos os factos:
O Hezbollah tem como objectivo a destruição do estado de Israel.
Israel quer continuar como estado.
O Hezbollah conseguiu raptar cerca de dois soldados de Israel. Não contente com isso atirou diversos mísseis para Israel que mataram alguns civis. Uma percentagem significativa eram árabes mas isso agora não interessa nada.
Israel apenas conseguiu destruir todas as estruturas do sul do Líbano onde o Hezbollah está. Parece que nem daqui por vinte anos estará tudo reconstruído. Temos de concordar que foi uma grande vitória do Hezbollah
Mais duas ou três, mil, vitorias assim e o Hezbollah atingirá os seus objectivos. A dois soldados por guerra, e reconstruindo o que é de reconstruir, só faltam cerca de 456 654 anos para atingir a vitória final.
Teve uma vitória conclusiva, senão definitiva, sobre Israel.
Vejamos os factos:
O Hezbollah tem como objectivo a destruição do estado de Israel.
Israel quer continuar como estado.
O Hezbollah conseguiu raptar cerca de dois soldados de Israel. Não contente com isso atirou diversos mísseis para Israel que mataram alguns civis. Uma percentagem significativa eram árabes mas isso agora não interessa nada.
Israel apenas conseguiu destruir todas as estruturas do sul do Líbano onde o Hezbollah está. Parece que nem daqui por vinte anos estará tudo reconstruído. Temos de concordar que foi uma grande vitória do Hezbollah
Mais duas ou três, mil, vitorias assim e o Hezbollah atingirá os seus objectivos. A dois soldados por guerra, e reconstruindo o que é de reconstruir, só faltam cerca de 456 654 anos para atingir a vitória final.
Se o Sousita quisesse simplificar as coisas com a certeza inabalável que para todos os problemas complexos há uma solução simples e elegante – infelizmente e regra geral errada – diria que há dois mundos, ou paradigmas, que se degladiam.
O paradigma Árabe-Islâmico e o paradigma Judaico-Cristão.
Claro que isto era simplificar muitíssimo. Nem todos os Árabes são Islâmicos, nem todos os tais Islâmicos são Árabes. Nem todos são fundamentalistas e entre si diferem tanto como um japonês dum algarvio e estes dum Canadiano, de origem irlandesa, casado com uma judia , cuja avó (materna dele) era sueca.
Um persa, recentemente iraniano, é tão Árabe como um irlandês de Belfast é tão escocês como a Rainha de Inglaterra e esta tão aparentada com um pastum do Afeganistão, como um berbere de Marrocos é tão árabe como um indiano muçulmano.
Há no entanto, parece ao Sousa, traços comuns.
O Sousita , e ele em si é um paradigma de normalidade, identifica-se com certos e determinados valores, embora vagos, que lhe parecem universalmente correctos e até superiores.
Salvo melhor opinião, e mesmo contra essa, acredito firmemente na eleição dos órgãos de poder, na igualdade entre homens e mulheres, na protecção das minorias, na divisão de poderes, na distinção clara entre religião e estado, na liberdade de expressão, nos direitos e garantias individuais, na liberdade religiosa e no progresso cientifico –seja lá isso o que for.
Arrepia-me o trabalho infantil, a amputação de mãos e cabeças – mesmo a criminosos e até ao Dr. Alberto João Jardim - , o uso, obrigatório, de burcas, a excisão feminina, a lapidação das adulteras – excepto a da minha mulher se o fosse – , a censura, a discriminação sexual, a prisão por delitos de opinião, a repressão religiosa, a discriminação de homossexuais, lésbicas e as multas de excesso de velocidade.
Claro que se pode opor a isto que o Pinochet, muito longe de ser um activista Árabe-Islâmico não corresponde ao meu paradigma e que o Qatar com a Al-Jazira está mais próximo de alguns ideais meus que o tio chileno ou até o tio Fidel.
No entanto observada de perto em todas as suas vertentes as duas sociedades há algo – muito forte – que as divide. E todos sabemos e sentimos o que é.
O que me assusta é pensar –e o que é mais – crer firmemente que a minha é muito superior à outra. Eu tenho essa certeza absoluta, e os meus três leitores também.
Mas o tio Adolfo, o Savonarola, o Stalin, a inquisição, o Pol Pot, e tantos outros tinham a mesmíssima certeza.
Apre….!
Será que não estamos a fazer o mesmo?
E, alem do mais, este tipo de raciocínio só é possível e pensável dentro do paradigma desta sociedade. Que nós todos adoramos.
O paradigma Árabe-Islâmico e o paradigma Judaico-Cristão.
Claro que isto era simplificar muitíssimo. Nem todos os Árabes são Islâmicos, nem todos os tais Islâmicos são Árabes. Nem todos são fundamentalistas e entre si diferem tanto como um japonês dum algarvio e estes dum Canadiano, de origem irlandesa, casado com uma judia , cuja avó (materna dele) era sueca.
Um persa, recentemente iraniano, é tão Árabe como um irlandês de Belfast é tão escocês como a Rainha de Inglaterra e esta tão aparentada com um pastum do Afeganistão, como um berbere de Marrocos é tão árabe como um indiano muçulmano.
Há no entanto, parece ao Sousa, traços comuns.
O Sousita , e ele em si é um paradigma de normalidade, identifica-se com certos e determinados valores, embora vagos, que lhe parecem universalmente correctos e até superiores.
Salvo melhor opinião, e mesmo contra essa, acredito firmemente na eleição dos órgãos de poder, na igualdade entre homens e mulheres, na protecção das minorias, na divisão de poderes, na distinção clara entre religião e estado, na liberdade de expressão, nos direitos e garantias individuais, na liberdade religiosa e no progresso cientifico –seja lá isso o que for.
Arrepia-me o trabalho infantil, a amputação de mãos e cabeças – mesmo a criminosos e até ao Dr. Alberto João Jardim - , o uso, obrigatório, de burcas, a excisão feminina, a lapidação das adulteras – excepto a da minha mulher se o fosse – , a censura, a discriminação sexual, a prisão por delitos de opinião, a repressão religiosa, a discriminação de homossexuais, lésbicas e as multas de excesso de velocidade.
Claro que se pode opor a isto que o Pinochet, muito longe de ser um activista Árabe-Islâmico não corresponde ao meu paradigma e que o Qatar com a Al-Jazira está mais próximo de alguns ideais meus que o tio chileno ou até o tio Fidel.
No entanto observada de perto em todas as suas vertentes as duas sociedades há algo – muito forte – que as divide. E todos sabemos e sentimos o que é.
O que me assusta é pensar –e o que é mais – crer firmemente que a minha é muito superior à outra. Eu tenho essa certeza absoluta, e os meus três leitores também.
Mas o tio Adolfo, o Savonarola, o Stalin, a inquisição, o Pol Pot, e tantos outros tinham a mesmíssima certeza.
Apre….!
Será que não estamos a fazer o mesmo?
E, alem do mais, este tipo de raciocínio só é possível e pensável dentro do paradigma desta sociedade. Que nós todos adoramos.
segunda-feira, 14 de agosto de 2006
sábado, 12 de agosto de 2006
Há uma questão interessantíssima no que respeita à integração de imigrantes e à forma como podem e devem coexistir sociedades diferentes com paradigmas diferentes.
No que respeita à integração de imigrantes, nomeadamente Árabes e Islâmicos, há dois grandes paradigmas a saber: o Francês e o Inglês.
Duma forma simplista podemos dizer que os Ingleses aceitam pacificamente os estrangeiros desde que cumpram a common law e vivam sossegadamente nos seus bairros. Não fazem qualquer esforço para que estes ao tornarem mesmo cidadãos britânicos interiorizem seja o que for. Cumpram as leis, respeitam a coroa e não nos chateiem. Não os obrigam a frequentar Ascot muito pelo contrário. Tentam que fiquem lá pelo seu bairro. Podem, e devem, continuar a comer os seus pratos típicos e a verem os seus canais de televisão. “Essa gente” não deve ter interesse, nem compreensão suficiente, para o humor Inglês ou para a BBC.
Se as filhas, ou os filhos querem usar um pano na cara desde que não sirva para dar cobertura a assaltos é lá com eles.
Se exigem que falem Inglês é pura e simplesmente com um fim comunicacional. Ninguém, bem-nascido, fala a língua desses estrangeiros e é melhor que eles falem a língua da bíblia que, como toda a gente sabe, é o Inglês.
Os franceses por outro lado querem integrar mesmo os imigrantes. Não lhes basta que vivam e trabalhem em França. Estes devem passar a gostar de pernas de rãs, de vinho, dizer ou–la-la quando estão contentes, ué por oui se vivem na região de Paris, ler Victor Hugo e Racine. Querem que sejam tão franceses ou mais que os franceses. Consideram inadmissível que uma francesa, ou quase francesa, use um véu na escola. O código civil deve ser mais que cumprido interiorizado.
Parece que os resultados práticos das duas politicas não são famosos. A queima dos carros em França e a formação de células radicais em Inglaterra.
No que respeita à integração de imigrantes, nomeadamente Árabes e Islâmicos, há dois grandes paradigmas a saber: o Francês e o Inglês.
Duma forma simplista podemos dizer que os Ingleses aceitam pacificamente os estrangeiros desde que cumpram a common law e vivam sossegadamente nos seus bairros. Não fazem qualquer esforço para que estes ao tornarem mesmo cidadãos britânicos interiorizem seja o que for. Cumpram as leis, respeitam a coroa e não nos chateiem. Não os obrigam a frequentar Ascot muito pelo contrário. Tentam que fiquem lá pelo seu bairro. Podem, e devem, continuar a comer os seus pratos típicos e a verem os seus canais de televisão. “Essa gente” não deve ter interesse, nem compreensão suficiente, para o humor Inglês ou para a BBC.
Se as filhas, ou os filhos querem usar um pano na cara desde que não sirva para dar cobertura a assaltos é lá com eles.
Se exigem que falem Inglês é pura e simplesmente com um fim comunicacional. Ninguém, bem-nascido, fala a língua desses estrangeiros e é melhor que eles falem a língua da bíblia que, como toda a gente sabe, é o Inglês.
Os franceses por outro lado querem integrar mesmo os imigrantes. Não lhes basta que vivam e trabalhem em França. Estes devem passar a gostar de pernas de rãs, de vinho, dizer ou–la-la quando estão contentes, ué por oui se vivem na região de Paris, ler Victor Hugo e Racine. Querem que sejam tão franceses ou mais que os franceses. Consideram inadmissível que uma francesa, ou quase francesa, use um véu na escola. O código civil deve ser mais que cumprido interiorizado.
Parece que os resultados práticos das duas politicas não são famosos. A queima dos carros em França e a formação de células radicais em Inglaterra.
Nos ataques terroristas nem tudo parece mau. Se virmos que o 11 de Setembro foi espectacular, o 11 de Março menos, o ataque a Londres quase um flop e o onze de Agosto não chegou a ser temos que a escalada terrorista é decrescente.
Isso só pode significar que os meios são menores ou a detecção e repressão dos mesmos mais eficiente ou, o que é pior para eles, os dois fenómenos em simultâneo.Ficava muito preocupado era se a ordem fossem inversa
Isso só pode significar que os meios são menores ou a detecção e repressão dos mesmos mais eficiente ou, o que é pior para eles, os dois fenómenos em simultâneo.Ficava muito preocupado era se a ordem fossem inversa
segunda-feira, 7 de agosto de 2006
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