Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Disparates sortidos.

Este post é acerca dum disparate pegado que pode ser encontrado aqui:

Um museu é uma colecção de artefactos, naturais ou artificiais, que representam algo culturalmente válido.

È uma definição foleira como todas as definições, que por serem definições, são foleiras.

Se não fossem foleiras não eram definições.

Como as cartas de amor.

Agora pode ou não haver uma dimensão ética num museu. Como em quase tudo na vida.

E há museus que podem violar normas éticas.

Um museu do holocausto, por muito chocante que seja, não viola nenhuma regra ética.

Um museu do não holocausto, que reúne obras de pessoas que lutaram ou pensaram contra o holocausto, e que mais um passo poderiam ter evitado o holocausto, não me parece pouco ético.

Agora um museu que nega, contra todas as evidências e consciente da mentira, o holocausto não me parece nada ético.

Mesmo que digam que a aceitação do holocausto é uma questão de fé nos livros históricos e até na narrativa dos vencedores. Podem até apelar para os desmandos da ex-URSS na frente leste, no tio Stalin, nas purgas e até na segunda lei da termodinâmica. Não estarão a fazer um bom serviço fazendo um museu que negue o holocausto.

O mesmo se pode dizer dum museu que tente negar a existência da cordilheira dos Andes ou da auto-estrada Porto-Lisboa.

A liberdade artística é uma coisa outra coisa é camuflar de ciência o que é uma fé.

Pode parecer inofensivo.

-Ora bolas, que diferença faz que os meninos acreditem na evolução ou na criação?

Parece inofensivo mas não é.

A crença na matemática, na física, na história, na biologia permite aos meninos, quando deixarem de ser meninos, compreender o mundo e, o que é mais, transformá-lo.

A crença na fé Mormón, nos Vedas, no Cristo e na Bruxa da Pontinha leva-os a nada.

E a verdade verdadinha é que se é certo que os teólogos sabem com um grande grau de certeza quantos anjinhos – papudos e dos outros – cabem numa cabeça de alfinete são precisos cientistas para erradicar a varíola.

O que até é bem estranho.

Todos os representantes do diversos deuses na terra sabem, com um grau de certeza tão infalível como o Papa quando se pronuncia sobre matéria de fé, como levar os deuses – todos e sem excepção a - fazerem o que de melhor é para os humanos.


Pena é, talvez por falta de procuração bastante e com poderes para o acto e assinada pelos ditos deuses e com assinatura reconhecida, que não consigam fazer algo mais que um mágico de feira.

E seria interessantíssimo constatar um milagre, inequívoco, e presenciado por três pessoas de inegável bom senso.

Claro que falamos do impossível.

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