Blog dum gajo do Porto acerca de gaijas, actualidade política e sem futebol. Aqui o marmelo não gosta de futebol

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

E continua o Sousa sem corrector e a dar-lhe para fazer referencias.....

Uma das coisas que nos horroriza a nós que somos tão liberais e até libertários, para não dizer libertinos, é que acreditamos, com a mesma fé que alguns acreditam no Cristo ressuscitado, na Shiva de seis braços, no criacionismo biblico e noutros disparates do género, que o ser humano entregue a si mesmo escolhe a melhor das soluções e consegue fazer ou não fazer o que é melhor para si.

Como tal pretendemos que o estado seja menos paternalista e deixe que as pessoas decidam o que é melhor para si.

A ingerência do estado na esfera privada parece-nos algo de horrível e passivel das maiores culpas.

Mais ou menos acreditamos, com a mesma fé irracional dos criacionistas da terra jovem que o ser humano entregue a si próprio vai evitar as armadilhas e, muito como o bom selvagem que até é muito de lá de casa, vai fazer as escolhas certas e ser um gajo, ou uma gaja , relativamente feliz.

Como diria Sto Agostinho Credo quod absurdum!

De facto a realidade é mais absurda do que o que podemos acreditar.

Podiamos agora começar uma guerra de interpretação entre Durkheim e Weber mas há algo em que os dois concordam: há factores, compreendamos ou não o que significam para o individuo que o ultrapassam e o fazem com que seja o gajo que faz a sociedade mas igualmente fruto dela.

É assim uma questão tipo quem nasceu primeiro a galinha ou o ovo. A resposta até é mais ou menos simples mas não é assim que nos interessa.

A verdade é que o qualquer criatura deste mundo sub-lunar é de tal modo condicionado pela sociedade que é levado a uma série de comportamentos pré-determinados e até bastante irracionais que se não houver uma entidade externa a ele está tramado e vai dar com os equidios na pluviosidade.

Vamos lá ao que interessa:

No plano meramene mental porque razão uma ser humano adulto não pode consumir – sabendo as consequências- qualquer tipo de substância, produto financeiro, esquema em pirâmide, comportamento sexual, acesso a bens e serviços, comprar um carro ou uma casa, jogar e etc e etc.

Parece-me claro que não havendo ininputabilidade o negócio feito por um adulto é no seu melhor interesse. Ou no da familia pelo menos.

Ora a realidade é que isto não é verdade de maneira nenhuma.

Vamos ver um caso prático e que até é pacifico:


O Snr K compra um carro cujas prestações, consumo, seguro e manutenção são claramente superiores às suas posses. Assinou o contrato e seis segundos depois, já ao volante do bólido, faz-se luz no seu cérebro e descobre que fez asneira da grossa. Anular o negócio, depois de assinado, é complicado e imoral.

O Snr L comprou um magnifico time-share, pagou, a mulher assinou e foram durante três dias comemorar a magnifica compra. Tem 15 dias para anular a compra.É moral.

Ora no primeiro caso é pacifico que assinada a coisa está o caso feito. Que na segunda há de facto razões para o estado dar um periodo de reflexção.

Do ponto de vista moral é bastante dificil distinguir entre uma e outra, não é?

Há apenas uma assunção que a compra do carro é mais racional e que no time-sharing os vendedores, mercê de pós de perlim-pinpin, enfeitiçam os compradores e eles devem ter um tempo para pensar na merda que fizeram.


Poderia alargar-me nos negócios em piramide que tanto sucesso tem. Estes são mesmo ilegais. O legislador achou que quem compra é tão tótó, que tem de prender o vendedor e anular o negócio. Muitas vezes contra a indignação do pato que vê as autoridades como os tais que o vão impedir de ficar rico em pouco tempo. Um bom exemplo de negócio em pirâmide QUASE legal está aqui:

http://newway-elite.com/NWEC/

Porque diabos é que o estado se deve meter num negócio, que até mete o BOB PROCTER, que tem PhD e tudo ?

Por uma razão simples é que uma quantidade significativa das pessoas precisa de ser controlada nas suas pulsões.

Uma quantidade muito significativa pensa que tem ideias brilhantes mas afinal não são ideias. São apenas gases.

Se liberazissamos o jogo, as drogas, os negócios em pirâmide, a possibilidade de descontar ou não para uma reforma e outras que agora não vem ao caso, o pessoal desgraçava-se.

O estado tem de intervir e dizer, em voz muito grossa : NÃO, NÃO VÁS POR AÍ!

Claro que isto se aplica não só ao povão. Era bestial pensar que eram apenas as pessoas ignorantes, pobres e tristes que acreditam nas testemunhas de jeová.

Não é bem assim.


Os senhores banqueiros, de fato cinzento, também não são sensiveis à ganância e a emprestar mais do que podem receber.

Quem é mais tolo ?


O Joaquim, analfabeto, que recebeu um cartão de crédito pelo correio com um plafond de 5000 euros (Taeg de 37.5% mais despesas de emissão e outras-coisas-nas-letras pequeninas-que-na-prática-são-quase-sessenta-por-cento) ou o snr dr que o enviou e que não viu que o Joaquim nem cem euros pode pagar ?

Claro que não pagou. E burro era se pagava. (universidade 0, analfabeto 2)

Ai estado...volta que estás perdoado....

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