In dubio pro reo quer dizer que na dúvida que se lixe e libertemos o presumível culpado. Até porque valem mais cem culpados à solta que um inocente preso.
É certo.
É certo também que determinadas posições e exposições públicas implicam uma culpa, e pena, maiores que a do vulgar cidadão.
O Maradona foi crucificado, e bem, não só por consumir cocaína mas porque deveria ser um exemplo para jovens de todo o mundo. Seria de facto um pouco desproporcional a repreensão publica se o sr Maradona fosse um anónimo. Tal não era e por isso a reprovação foi maior.
A ICAR, a IURD, os pastores evangélicos, assim como a máfia napolitana, a Cosa Nostra e outras organizações criminosas não se limitam o seu mister de roubar o dinheiro ao próximo.
Se assim o fizessem seriam como uma vulgar associação criminosa que apenas furta, rouba, engana, esbulha e outras actividades típicas de quem faz como modo de vida a guita do próximo.
Tem uma diferença qualitativa:
enquanto o zé navalha quando me assalta assume que fez mal e que até está arrependido e que - se o juiz lhe permitir - se vai recuperar e promete não reincidir.
os membros destas associações de malfeitores arvoram-se em figuras morais, éticas e pessoas de honra.
Ora este tipo de defesa - nós somos pessoas de honra e exemplos para a sociedade - deve sofrer um ataque mais pesado.
E, seja o D.Corleone ou SS o Papa, devem receber castigos exemplares para que tal não se repita.
Por mais argumentos morais que inventem.
Esperemos que a justiça faça como em Nuremberga ou como Garzon com Pinochet e não se vergue com o dinheiro ou a influência.
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