sábado, 28 de fevereiro de 2009
José Régio e imagem erótica. Para um poeta erótico.
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
José Régio
Intencionalmente truncado o poema.
Ao Sousa hoje deu-lhe para coisas destas....
Esta outra cantiga fez a Pero Rodrigues Grongelete de sua mulher que havia prez que lhe fazia torto
Pero Rodrigues, da vossa mulher,
não acrediteis no mal que vos digam.
Tenho eu a certeza que muito vos quer.
Quem tal não disser quer fazer intriga.
Sabei que outro dia quando eu a fodia,
enquanto gozava, pelo que dizia,
muito me mostrava que era vossa amiga.
Se vos deu o céu mulher tão leal,
que vos não agaste qualquer picardia,
pois mente quem dela vos for dizer mal.
Sabei que lhe ouvi jurar outro dia
que vos estimava mais do que a ninguém;
e para mostrar quanto vos quer bem,
fodendo comigo assim me dizia.
Martim Soares
Trovador português, natural de Riba Lima, actual Ponte de Lima, no Minho. A sua actividade desenrolou-se entre 1230 e 1270. Frequentou a corte de Afonso X (rei de Leão e Castela), onde conviveu com os outros poetas aí estabelecidos, alguns deles provençais. A sua produção poética é constituída por quarenta e cinco poemas: vinte e sete cantigas de amor, dezassete cantigas de escárnio e maldizer, e uma tenção, escrita de parceria com Paio Soares de Taveirós. Considerado pelos outros trovadores como aquele que melhor soube trovar, artista sério e consciente das suas capacidades, compôs cantigas de amor segundo os moldes dos últimos trovadores provençais. Em todos os géneros deixou transparecer a sua veia irónica, visível, por exemplo, na cantiga de escárnio sobre os maus poetas
Dedicado a quem enfiar o barrete !
Serôdia paixão da meia-idade
me desbravou o peito insanamente
com uns olhos da cor da mocidade,
com uns lábios que beijei sofregamente.
O amor não escolhe tempo nem idade,
é doce mal que cresce de repente
e que a mim trouxe também a ansiedade
de na cama me mostrar incompetente.
Porém, estudei o caso em que envolvido
me achei, meio achado meio perdido
e tive a calma visão dos seus contornos �
era só questão de tempo ela encontrar
outro burro mais novo a quem se dar
deixando-me a roer um par de cornos...
Fernando Correia Pina
A Vênus e o tio Fernando. E Pouca gente a dar por isso.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
6 verdades da vida
1
Tu não consegues tocar com a língua em todos os dentes que tens.
2
Todos os idiotas, depois de lerem a primeira verdade, tentam tocar com a língua em todos os dentes.
3
E descobrem que a primeira verdade é mentira.
4
Agora estás a sorrir porque és idiota.
5
Em breve vais enviar isto para mais algum idiota.
6
Continuas com um sorriso idiota na cara.
Aínda a censura e apreensão dos livros....
Agora o ministro da administração interna deve estar a queixar-se a S.S. Bento XVI.
- umas cavalgaduras ! Queixa-se o Papa.
- a quem o diz! Contrapõe o nosso ministro.
Nem um nem outro devem saber como salvar a face.
Também com os ordenados que tem o minimo que podemos dizer é que são pagos para isso.
Mas lá que é chato é !
O Sousa aínda vai de cana...
A PSP de Braga apreendeu esta segunda-feira numa feira de livros alguns exemplares de um livro sobre pintura considerando que o quadro reproduzido na capa, do pintor Gustave Courbet, é pornográfico, disse fonte da empresa livreira, noticia a Lusa.
Agora a sério :
Onde anda o senhor intendente Pina Manique ?
E a comissão de censura ?
Como é que estas coisas, em pleno século XIX, se continuam a publicar impunemente ?
Não há para aí um lápis azul ?
Bolas !
É de mais !
É o que dá cederem em Torres Vedras.
Qualquer dia aínda acabam com a censura e exame prévio à imprensa e daí ao caos social, ao casamento dos invertidos e até ao divórcio livre é um passo.
Não há quem deite mão a isto ?
A sociedade, como todos sabemos, precisa força e, principalmente, de mão firme.
O uso da força, nomeadamente nestes casos, justifica-se pela força do uso. E, como o que tem de ser tem muita força, isto reenforça o uso da força. Até pela força do uso.
Quantos livros subversivos andam por aí impunemente a corromper as mentes ?
E sem que ninguem faça nada.
É um débil principio, eu sei, mas é um sinal no sentido certo.
Censuremos agora antes que seja tarde de mais.
Vale mais que as pessoas não leiam do que lerem livros perniciosos.
As próximas frases foram, e ainda bem censuradas :
A propósito do Freeport nós pensamos que :
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
No que respeita ao comportamento de XXXXXXXXX de XXXXXXXXXXXXXX
pensamos nós que XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
e, por tanto, XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
sendo que , XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Não acham ?
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
O Egoísmo dos criacionistas da terra jovem e dos Mórmones
O Sousa, prestes a ter que prestar provas académicas, andava mortinho por fazer uma tese que não só lhe valesse a aprovação, sem riscos de ser apanhado em plágio, ou com falta de mérito.
O meu desejo, e isto fica aqui muito entre nós, era fazer algo comparável à relatividade, à evolução, à psicanálise, ou algo de parecido.
Parece, salvo melhor opinião, que vai fazer uma coisa muito mais pífia.
Que diabos! Isto custa-me!
Gostava de fazer algo que ficasse como um marco na história da ciência.
Lembrei-me dos Mórmones e dos criacionistas da terra jovem. Defendem tão bem as suas teses que, penso eu, devem ter provas arrasadoras.
Ora um trabalho científico com tantas e tão profundas evidências seria um virar de paradigma. O Sousa a demonstrar a veracidade do dilúvio, os historiadores – agora clássicos a arrancarem os cabelos...
- Porque nunca me lembrei disto! Rugia um enquanto arrancava a barba branca.
- Foi aqui que eu errei! Vocifera o Prof. Hermano Saraiva a apontar para a minha tese.
- Tudo isto é novo, e eu não vi! Lamentava o Matoso.
- Ora aí está a verdadeira história do Egipto! Regougava outro.
Lamentavelmente nem os Mórmones nem os criacionistas da terra jovem me dão os dados.
Querem o saber só para eles e aparecem com dados incompletos e não fiáveis.
Lá vai o Sousa ter de fazer uma tese insossa e que não vai revolucionar a ciência.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Do Baú
Inebriantes na dança do amor
Minha mente é só desejo:
Minha boca clama pelo teu beijo,
Meu corpo pulsa pelo teu toque,
Meu ser estremece pelo teu olhar.
Eu sou,
inteiramente,
lua,
nua,
tua.
Desejo acima de desejo
Corpo sustentando corpo
Alma comportando alma.
Tu
infinitamente
no meu
íntimo...
Nós dois
Inebriantes
Na dança do amor
A tocar
A sentir
A gozar
Na explosão do depois...
Ana C. Pozza
Poesia e fotos
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Canção cruel
Corpo de ânsia.
Eu sonhei que te prostava,
E te enleava
Aos meus músculos!
Olhos de êxtase,
Eu sonhei que em vós bebia
Melancolia
De há séculos!
Boca sôfrega,
Rosa brava
Eu sonhei que te esfolhava
Petala a pétala!
Seios rígidos,
Eu sonhei que vos mordia
Até que sentia
Vómitos!
Ventre de mármore,
Eu sonhei que te sugava,
E esgotava
Como a um cálice!
Pernas de estátua,
Eu sonhei que vos abria,
Na fantasia,
Como pórticos!
Pés de sílfide,
Eu sonhei que vos queimava
Na lava
Destas mãos ávidas!
Corpo de ânsia,
Flor de volúpia sem lei!
Não te apagues, sonho! mata-me
Como eu sonhei.
José Régio
Do baú
Orgasmo
Sexo
adorável
palavra
Ato
delicioso
incansável
Corpo
curvas derrapantes
maravilhoso
Você
estou condenada
você é a culpada
De desejos ardentes
Noite gelada
Inverno na madrugada
Parece verão
Corpo febril
Culpa da paixão
Seu rosto infantil
Sorrindo
Não pare...
Estou quase atingindo.
Liz Christine
Do baú
Sob o chuveiro amar
Sob o chuveiro amar, sabão e beijos,
ou na banheira amar, de água vestidos,
amor escorregante, foge, prende-se,
torna a fugir, água nos olhos, bocas,
dança, navegação, mergulho, chuva,
essa espuma nos ventres, a brancura
triangular do sexo -- é água, esperma,
é amor se esvaindo, ou nos tornamos fontes?
Carlos Drummond de Andrade
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Recebido por email.
Casar com Muçulmano é sarilho todo o ano.
Casar com Judeu cuidado com o que é teu.
Casar com Jeová nem a tua mãe te salvará.
Casar com Adventista é pior que ir ao dentista.
Casar com Hindu só se já o tiveres visto nu.
Casar com Luterano é pior que muçulmano.
Casar com Budista nem que o teu pai insista.
Casar com Agnóstico só se for bom para o negócio.
Casar com Baptista faz mal à vista.
Casar com Ateu é pior que camafeu.
Casar com Paneleiro só mesmo por dinheiro.
Ámen!!
Woman in red
Figueira da Foz - O cardeal D. José Saraiva Martins afirmou ontem à noite durante a tertúlia «125 minutos», no Casino da Figueira da Foz, com Fátima Campos Ferreira, que «A homossexualidade não é normal (…) no sentido de que a Bíblia diz que quando Deus criou o ser humano, criou o homem e a mulher».
D. José Saraiva Martins, Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos e que reside em Roma há mais de 50 anos, afirmou que apesar de concordar que o eventual casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma questão de direitos e de leis, sustenta que os homossexuais «não podem providenciar a formação das crianças, porque uma criança para ser formada normalmente precisa de um pai e de uma mãe e não de dois pais ou de duas mães».
Sua excelência envergava um magnifico vestido rodado, branco com motivos a encarnado que lhe realçavam a cintura. Por cima uma estola, igualmente encarnada, mas muito simples.
Um chapelito encarnado realçava-lhe a cara.
Foi unânime a opinião que era o mais bem vestido do evento. Na sua tradicional humildade confidenciou que gostava de se vestir bem mas que todos os elogios eram um exagero.
Casamento gay
Bem pode o pobre do Manuel, casado em verdes anos com uma roliça Maria, muita dada aos prazeres da carne, alegar que ela lhe enfeitava regularmente a testa com florestas de cornos, que as piadas dos amigos, colegas de trabalho e mesmo do padre da freguesia lhe amarguravam a vida.
Se a decisão do Manuel for a de pedir o divórcio e cair na asneira de voltar a casar está inevitavelmente condenado ás penas infernais. Ele e a pecadora que aceder a casar nessas circunstâncias.
Pode o nosso Manuel alegar, em sua vã defesa, que sempre teve o esfíncter invulnerável à penetração, excepto, e sob ordens do médico, a esparsos supositórios e uma colonoscopia, felizmente com resultados negativos.
Pode aduzir que nunca, nem em remotas fantasias, usou um homem, ou mesmo menino, como se mulher fosse. Que nesta segunda relação o tálamo conjugal, pelo menos pela sua parte ficou sempre imaculado. Que as relações sexuais com a mulher foram sempre na posição do missionário, com as luzes apagadas, sem grandes variações e , livre-nos Deus de tais pensamentos, sem o recurso a estimulantes químicos ou mecânicos. Que de sua parte, mesmo tendo um quintita nas berças com ovelhas fofinhas nunca as usou para fins sexuais. O mesmo da cadela labrador e da gata da vizinha que tantas tarde de sol lhe invade marquise.
Ele e actual esposa, se assim se pode chamar à companheira de tão danado coito, nunca foram dados, como já dito antes a práticas contra-natura, daquelas que tanto desagradam a Deus, mesmo a dois e no recato do quarto.
Muito menos a hábitos perniciosos que se vão infiltrando na comunidade cristã. Ruborizamo-nos nós e, certamente todas as pessoas de bem e tementes a Deus, só de nomear tais actos. Referimo-nos à mácula do sexo em grupo, trocas de casais e outras perversões modernas e desconhecidas em épocas em que a moral e o temor, aliás sempre de louvar, de Deus Nosso Senhor, eram maiores.
Desde o encerramento pelos pedreiros livres, jacobinos e outros inimigos de Deus e da Sua Santa Igreja, do saudoso santo oficio é a miséria que se vê.
Dizem-nos, para nosso grande espanto e incredulidade, que muitas dessas aberrantes práticas são efectuadas com o concurso de acessórios, roupas e produtos químicos e naturais provocativos dos nervos e indutores da concuspiciência das carnes.
Tais actividades, que só tiveram paralelo em Sodoma e Gomorra, com os funestissimos resultados que todos tão bem sabemos, dizem-nos que se espalham entre a nossa sociedade tão falha de valores absolutos e em plena ditadura do relativismo moral, do Darwinismo e de outros ismos que o pudor nos impede de mencionar.
Ora neste cenário de miséria moral, que como todos sabemos é muito pior que a outra, a da comida, as almas dos contribuintes estão muito mais propensas a verem as portas do inferno a abrirem-se-lhes de par em par, com a mesma facilidade com que as pernas da Carla Bruni se abrem ao senhor presidente da França.
Ora não são só os sodomitas, os devassos, os promíscuos, as senhoras por conta e as acompanhantes de luxo que vão cair de escantilhão no inferno.
Quem casar fora das normas vai lá para baixo como os outros.
Ora neste contexto o lógico, e a bem da salvação das almas, seriam de proibir todas as práticas contra-natura que tanta dispepsia e nojo provocam aos justos e ao Senhor Deus de Israel. E quem diz de Israel diz da Palestina e até de Amsterdão e outros locais de deboche e devassidão.
Nada nos admirava que o Senhor, na Sua infinita Misericórdia, lançasse a Sua, muito justa ira sobre tais locais.
Assim a lógica seria proibir todas estas prática e casamentos. Isto porque todos sabemos que nestas coisas de bombardeamentos há sempre danos colaterais e nunca se sabe quem pode, mesmo sendo justo e pio, levar com fogo amigo em cima. Fogo amigo que como todos sabemos arde tanto como o do inimigo.
Mais casamento homossexual, menos divórcio, que diferença faz ?
Os homossexuais praticantes estão ipso facto condenados às penas infernais. Casados, solteiros, divorciados ou em união de facto as suas (deles) almas já pertencem ao mafarrico. E por toda a eternidade.
Lá se juntarão às pessoas que casaram pela segunda vez, aos que vivem juntos sem se casar, aos adúlteros e adulteras, ás lésbicas, senhoras por conta, simpatizantes de ideias Marxistas e evolucionistas. Todos no mesmo fogo infernal e por toda a eternidade.
Para quê então apenas se abespinharem contra o casamento homossexual ?
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Do baú
Olhos nus
Seu corpo nu
meus olhos vestidos
seu corpo nu
meus olhos enlouquecidos
seu corpo vestido
meus olhos nus.
Paulo Netho
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Do baú
Mulher que ama fica úmida
Mulher que ama fica úmida
faz água
tem nos olhos um brilho molhado
de lágrima perdida
intenso como vidro lavado
No fundo da mulher que ama
há ternuras líquidas
desejos derretidos em doces resistências
afetos quentes escorrendo dentro
paredes meladas
rios invisíveis
que nascem da sensação de amar
Cristalizações se dissolvem
o que era duro passa a ser macio
o que era pesado leve
o áspero suave
Num certo ponto
mulher que ama arrebenta
vaza por tudo
Dois Santos dos Santos
Do baú
Masturbação
Eis o centro do corpo
o nosso centro
onde os dedos escorregam devagar
e logo tornam onde nesse
centro
os dedos esfregam - correm
e voltam sem cessar
e então são os meus
já os teus dedos
e são meus dedos
já a tua boca
que vai sorvendo os lábios
dessa boca
que manipulo - conduzo
pensando em tua boca
Ardência funda
planta em movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
em torno
em volta
no centro desses lábios
que a febre toma
engrossa
e vai cedendo a pouco e pouco
nos dedos e na palma
Maria Tereza Horta
Do baú
Segredo
Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça
nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa
Deixa que feche o
anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço
Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar
nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar
Maria Tereza Horta
Seios
Teus seios pequeninos que em surdina,
pelas noites de amor, põem-se a cantar,
são dois pássaros brancos que o luar
pousou de leve nessa carne fina.
E sempre que o desejo te alucina,
e brilha com fulgor no teu olhar,
parece que seus seios vão voar
dessa carne cheirosa e purpurina.
Eu, pare tê-los sempre nesta lida,
quisera, com meus beijos, desvairado,
poder vesti-los, através da vida,
para vê-los febris e excitados,
de bicos rijos, ávidos, rasgando
a seda que os trouxesse encarcerados.
Hildo Rangel
Do baú
Ele prefere as nórdicas
ele prefere as nórdicas
as ricas, as putas
as filhas das tias
letradas, peitudas
alunas da puc
solteiras, taradas
mulheres pudicas
peludas, escravas
as boas de cama
mulatas, mineiras
as freiras da itália
escocesas, peladas
as bem mal-amadas
aquelas que dizem te amo
e mais nada
Martha Medeiros
'Sim' vence e abre caminho à reeleição ilimitada de Chávez
A oposição conseguiu 45,63% dos votos, segundo um primeiro boletim oficial divulgado pela presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena. A abtenção foi de 32,95%.
Aínda há quem tenha juízo.
Dentro da comunidade cristã há áreas de disputas e desacordos, incluindo a maneira apropriada de interpretar-se a Sagrada Escritura. Enquanto praticamente todos os cristãos levam a Bíblia a sério e afirmam que ela é autoridade de fé e prática, a grande maioria não lê a Bíblia literalmente, como o fariam com um livro científico. Muitas das estimadas estórias encontradas na Bíblia – a Criação, Adão e Eva, A Arca ;de Noé – transmitem verdades atemporais sobre Deus, os seres humanos e o relacionamento apropriado entre Criador e criatura, expressadas da única forma capaz de transmitir estas verdades de uma geração a outra. A verdade religiosa é de uma ordem diferente da verdade científica. Seu propósito não é o de transmitir informação científica, mas de transformar corações.
Nós os assinantes, clérigos cristãos de tradições das mais diversas, acreditamos que essas verdades atemporais da Bíblia e as descobertas da ciência moderna podem coexistir confortavelmente. Nós acreditamos que a teoria da evolução é uma verdade científica fundamental, uma verdade que resistiu a rigorosos escrutínios e sobre a qual muito do conhecimento humano e suas realizações se apoiam. Rejeitar esta verdade ou tratá-la como “uma teoria entre outras” é deliberadamente aceitar ignorância científica e transmitir esta ignorância aos nossos filhos. Nós acreditamos que entre os dons dados por Deus estão mentes humanas capazes de pensamento crítico e que o fracasso de fazer uso da faculdade da razão dada por Deus é rejeitar a vontade do nosso Criador. Argumentar que o plano amoroso de salvação da humanidade impede o uso total da faculdade da razão, é uma tentativa de limitar Deus, é um ato de arrogância. Nós solicitamos com insistência os conselhos escolares a preservar a integridade do currículo científico afirmando que o ensino da teoria da evolução é um componente essencial do conhecimento humano. Nós pedimos que a ciência mantenha-se ciência e que a religião permaneca religião, duas formas muito differentes, mas complementárias da verdade.
Fonte aqui
Passo a explicar: Abespinha-se o Mats com a evolução do Darwin. Afirma que não foi assim, que há uma explicação muito mais lógica e que a evolução é apenas uma crença de ateus militantes. Ora como todos sabemos os ateus odeiam o bom Jesus e os Evangelhos, logo inspirados pelo malvado Darwin desatam a inventar uma teoria da evolução contrária ao Génesis e, o que é pior, ensinam-na às pobres criancinhas indefesas nas escolas.
Acrescenta que se fossem eles que mandassem a coisa piava mais fino e não se ensinavam mais mentiras nas escolas. Aprendia-se a verdade e não mais que a verdade que é, sem tirar nem por, a narrativa do Génesis. Numa versão mais soft acrescentam que até se pode ensinar a evolução mas que tem de se falar nas teorias concorrentes.
À primeira vista isto parece uma defesa da liberdade de expressão e da liberdade religiosa, mas só à primeira vista.
Quando eu andava no liceu aprendi na então disciplina de ciências da natureza a evolução. A professora falou-nos das hipóteses alternativas como deveria fazer.
Falou do Lamarq, da hipótese das criações sucessivas, explicou porque se colocou em causa a idade de 6000 anos da terra, a história dos fósseis e isso tudo.
Não falou duma teoria alternativa científica da evolução pela mesma razão que não falou a professora de física duma alternativa à segunda lei da termodinâmica. Pelo facto de não haver. E se algumas das senhoras tivesse descoberto tais alternativas estariam a receber o prémio Nobel e não a aturar o Sousa e os adolescentes colegas do mesmo.
Nunca numa aula de história ouvi falar dum dilúvio global e contemporâneo da construção da grande pirâmide, da torre de Babel como origem das línguas e da impossibilidade de haver restos humanos ou fosseis com mais de seis mil anos.
Não tenho ideia nenhuma de me terem falado de humanos a fugirem de T-rex, salvo anos mais tarde no parque jurássico.
Para que as teses criacionistas tivessem alguma credibilidade seria necessário que me explicassem, como se eu fosse muito loura, como seria o ensino dum ponto de vista do criacionismo da terra jovem.
Como eram as aulas de história?
Vá lá façam uma cronologia da história que se adapte ao dilúvio e à criação há seis mil anos.
Ahhh! Não era má ideia tentarem publicar isso como trabalho científico...
A origem das línguas também ia ser algo de muito divertido:
- meninos : a terra foi criada há seis mil anos. Mil e quinhentos anos depois ainda toda a gente falava a mesma língua. Aí veio o dilúvio e matou toda a gente. Depois os descendentes dos oito felizardos que se safaram continuavam a falar a mesma língua até que em Babel as línguas foram confundidas. Todas as línguas têm origem em Babel. Qualquer documento anterior a esta data é obra do diabo. E por aí fora.
O que é que os criacionistas querem mesmo ?
Que não se ensine a evolução. Só isso. Não querem apresentar nenhuma alternativa. Não pretendem passar a versão deles duma forma consistente. Só pretendem mesmo que não se aprenda.
E isto, salvo erro, tem nome : F.D.P.